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18 de maio de 2024

Haddad diz que proposta para taxar super-ricos ganhou força mundial e deve ser aprovada

Haddad diz que assunto é prioritário e medida, proposta pelo Brasil, é apoiada por Joe Biden, presidente dos EUA
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Foto: Agência Brasil/Diogo Zacarias

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Até novembro deste ano, os países que compõem o G20 devem chegar a um acordo sobre a medida proposta pelo Brasil, que determina a taxação de super-ricos. A informação foi revelada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), nesta quarta-feira (17), durante uma viagem aos Estados Unidos. Ainda, segundo o ministro, a proposta é apoiada pelo presidente Joe Biden, que exerce a presidência do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta, a União Europeia e a União Africana.

“Podemos, em julho, e depois, em novembro, soltar um comunicado político com um consentimento dos membros do G20 dizendo que, sim, essa proposta precisa ser analisada, tem procedência e que vale a pena, ao longo de três ou quatro anos, nos debruçarmos sobre ela para ver sobre o que nós estamos falando”, revelou Haddad, em entrevista, ao lado do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.

“Se algum país achar que vai resolver esse tipo de injustiça sozinho, ele vai ser prejudicado por uma espécie de guerra fiscal entre os Estados nacionais”, destacou o ministro ao falar que é preciso haver coordenação internacional porque a taxação por apenas um país seria ineficaz e criaria conflitos de interesse. “Especificamente, a administração Biden tem dado sinais claros de que algo precisa ser feito [sobre a taxação de super-ricos]. Ou no plano doméstico, ou no plano internacional”, continuou.

ENDIVIDAMENTO

Durante o evento do G20 de combate à pobreza e à fome, nesta quarta-feira (17), Haddad disse que o mundo pode estar à beira de uma nova crise de endividamento, devido aos gastos com a pandemia de covid-19 e a alta da inflação no planeta. Para sair desta crise, o ministro diz que taxação dos mais ricos é essencial para reduzir a dívida.

Nesta quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que promove a reunião anual de primavera em Washington, revisou para baixo o crescimento da dívida pública brasileira. Conforme a instituição, a dívida bruta subirá de 84,7% em 2023 para 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, contra estimativa anterior de 90,3% do PIB em 2024. Apesar da desaceleração, o FMI recomendou que o Brasil faça um esforço fiscal mais “ambicioso” e corte mais gastos ou aumente a arrecadação. Haddad avaliou como positiva a revisão das projeções.

“O fato de o FMI dizer que nossa dívida está se estabilizando num patamar melhor do que eles supunham inicialmente é significativo, mas o desafio existe. Se tem uma pessoa que nunca negou que temos um desafio fiscal, é este que vos fala”, declarou o ministro.

Nesta quinta-feira (18), Haddad terá uma reunião bilateral com o ministro de Finanças da China, Lan Fo’an. Em seguida, o ministro participará de uma reunião fechada promovida pelo FMI e pelo G20 sobre riscos para a economia global. Já amanhã, o ministro participa da reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, além de promover uma segunda reunião de ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20.

Yuri Lima

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