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18 de maio de 2024

Elmano lança Plano Restaura Cocó; relatório final da ação será divulgado em abril de 2025

A iniciativa tem como principal objetivo documentar os impactos ambientais no Parque, registrar os danos derivados de incêndios e realizar a restauração ecológica das áreas; no último mês de janeiro, um incêndio afetou 10 hectares do Cocó
Foto: Paulo Cavalcanti/SSPDS

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O governador Elmano de Freitas (PT) lançou na manhã deste sábado (13) o Plano Restaura Cocó, que visa restaurar o parque após os incêndios registrados em janeiro deste ano, que alcançaram 10 hectares, área equivalente a 10 campos de futebol. A Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) foi a pasta responsável pela realização do plano. O objetivo geral da proposta é documentar os impactos históricos sobre um trecho do Parque, registrar os danos derivados do incêndio e realizar a restauração ecológica da área afetada. Um relatório final deverá ser apresentado em abril de 2025.

Além destes, o plano destaca ainda seis objetivos específicos. São eles:

  • Mapeamento morfológico (topografia) da área emersa composta pelas margens do rio na área degradada pelo incêndio;
  • Modelagem da inundação e regime hidrológico do Rio Cocó;
  • Mapear, em nível de detalhe, os solos da área afetada pelo incêndio;
  • Restauração hidrológica;
  • Restauração da vegetação;
  • Fomentar a participação e o protagonismo da sociedade civil.

Segundo os órgãos responsáveis pela realização do plano, a topografia será realizada por meio da técnica de aerofotogrametria digital por meio de VANT (Veículo Aéreo não Tripulado) e receptor GNSS RTK. A meta do primeiro objetivo é caracterizar a morfologia da área emersa na área degradada pelo incêndio, visando detectar o dique da antiga salina existente no Cocó. A retirada da salina não foi adequadamente restaurada.

“Assim como o manguezal, o brejo afetado situa-se em áreas que no passado foram salinas que, após abandonadas, não foram ocupadas pela regeneração de espécies de árvores do manguezal por não haver influência marinha devido à presença dos diques das salinas. O incêndio causou a completa queima tanto da folhagem viva quanto seca. Esse material herbáceo teve grande importância como combustível, definindo a intensidade do incêndio e gerando uma extensa nuvem de fumaça que chegou a diversos bairros da cidade”, explicou o plano.

De acordo com o plano, após a remoção do antigo dique da salina, no segundo objetivo, a área será naturalmente inundada. A identificação da variabilidade espacial dos solos da área afetada pelo incêndio será necessária para a elaboração de um mapa digital da região. Ainda conforme o projeto, o antigo dique impede que a água do rio e do oceano adjacentes cheguem à área, permitindo o desenvolvimento da floresta de mangue.

A listagem dos tipos de vegetação, da biomassa e da idade das árvores no trecho a ser analisado, com a posterior documentação dos tipos de ecossistemas e as espécies que devem ser usadas na restauração ecológica, também será realizada. Após isso, os órgãos vão “monitorar a regeneração natural e realizar a recuperação assistida de forma intensiva nas áreas mais impactadas pelo incêndio, por meio de plantio de mudas e sementes de espécies de manguezal”.

Por fim, a última meta é elaborar um mecanismo de concertação social, juntamente com as demais estruturas de gestão do Parque, a fim de estabelecer uma prática de governança qualificada na gestão territorial da unidade de conservação. Durante coletiva, Elmano afirmou que tem certeza de que a gestão do Parque se tornará uma referência nacional e internacional. “Uma gerência que acompanhe os dados da vida que o Parque tem, pois ele tem uma vida dinâmica. Isso tudo vai ser acompanhado”.

“Num momento de muita alegria nossa, já podemos ter um plano consistente de garantia do Parque, de recuperação dele de maneira até melhor do que tem sido até aqui. Vamos preservar o que existe e restaurar a parte que houve degradação na sua história”.

A apresentação do Plano ocorreu durante o encerramento da Festa Anual das Árvores 2024, no Parque do Cocó, na entrada da Rua Padre Antônio Tomás. A temática da edição deste ano foi a “Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais”. Na ocasião, a Sema e o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) firmaram uma parceria, por meio da assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), que tem o intuito de qualificar e capacitar brigadistas do Programa Estadual de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (Previna).

FESTA ANUAL DAS ÁRVORES

Segundo a secretária da Sema, Vilma Freire, os incêndios florestais são as piores das agressões que ao longo das últimas décadas vêm causando o aquecimento do planeta. “Destrói a vida das florestas, afeta a saúde humana e contribui com as mudanças climáticas. Nesse contexto, preservar e plantar árvores é fundamental para a conservação da vida no planeta. Por isso, este ano, temos uma campanha dedicada exclusivamente ao combate dos incêndios florestais”, disse.

A iniciativa conta com diversas atividades locais, com um plano de trabalho que contempla 147 municípios cearenses, 106 escolas estaduais, 27 Unidades de Conservação (UC) estaduais e milhares de jovens integrantes do programa do Governo do Estado, Agente Jovem Ambiental (AJA). Com o intuito de espalhar a ideia da preservação das árvores, todos realizarão, simultaneamente, diversas atividades de plantio e de educação ambiental. A SEMA fornecerá aos parceiros 36 mil mudas de árvores, além de material educomunicativo e divulgação das ações locais através das redes sociais e outros veículos de comunicação.

Felipe Barreto

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