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29 de abril de 2024

Ceará soma mais de 9 bilhões de metros cúbicos de recarga nos reservatórios em 2024

O abastecimento hídrico geral se aproxima dos 50%. Além disso, todos os cinco maiores açudes cearenses ganharam aporte neste ano
Açude Quixeramobim é um dos que está sangrando. Foto: OPINIÃO CE

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Faltando pouco menos de dois meses para o fim da quadra chuvosa (fereveiro a maio), o Ceará vem conseguindo boas recargas nos reservatórios cearenses, de modo especial nas maiores barragens do Estado e que abastecem as principais regiões. Conforme o Portal Hidrológico, gerido pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Ceará se aproxima de metade (49,8%) da recarga nos 157 açudes monitorados, valor levemente superior ao registrado no mesmo período de 2023 (46,5%). Além disso, já soma 53 barragens vertendo e 15 acima dos 90% – em 10 de abril de 2023, eram registrados 61 açudes sangrando e 10 acima dos 90%.

Os números observados até então indicam um aporte total de 9 bilhões de metros cúbicos aos reservatórios somente em 2024. Caso o abastecimento geral do Estado ultrapasse os 50%, pode superar o acumulado de 2023, que alcançou 51% das reservas hídricas. “Estamos nos aproximando dos números do ano passado, faltando um mês e meio para o fim da quadra chuvosa”, comparou Tércio Tavares, diretor de Operações da Cogerh.

PRINCIPAIS RESERVATÓRIOS

As fortes chuvas registradas na quadra chuvosa geraram bons aportes no Estado. No momento, três regiões cearenses estão acima de 90% das suas capacidades de armazenamento (Acaraú – 95,46%; Coreaú – 98,93%; e Litoral – 100%). Além disso, os cinco maiores reservatórios do Estado também ganharam aportes importantes.

O Araras, na Bacia do Acaraú, quarto maior açude do Ceará, começou a sangrar nesta quarta-feira (10). Em 1º de janeiro deste ano, somava um abastecimento de 78,10%. O Orós [2º maior], tem 59,51% de recarga, tendo iniciado o ano com 52,67%. Já o maior açude do Ceará, o Castanhão, chegou a 29,7% de sua capacidade nesta quarta (10) – em 1º de janeiro de 2024, eram 23,90%. A terceira maior barragem, o Banabuiú, registra 39,05%, mas iniciou este ano com 36,95%. O 5º maior reservatório do Ceará, por sua vez, o açude Figueiredo, em Alto Santo, tem 29,01% de abastecimento, melhor volume desde o início de sua operação, em 2013.

CENÁRIO DIFERENTE

Por outro lado, na bacia hidrográfica dos Sertões de Crateús, o cenário é diferente, com pouco mais de 20% de reservas hídricas e alguns açudes secos. “Isso reflete nossa característica de chuvas irregulares no tempo e no espaço”, explicou Tércio. Outro ponto preocupante: 30 reservatórios registram menos de 30% de sua capacidade total – no ano passado, eram 37, no mesmo período. Tércio Tavares enfatiza a necessidade de aguardar o período de chuvas de abril e maio para fazer uma avaliação mais precisa do cenário. “Até lá, é importante lembrar do uso cauteloso e prudente da água, pois vivemos em uma região semiárida e não podemos ter certeza de como será a próxima quadra chuvosa”, conclui.

Rodrigo Rodrigues

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