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30 de abril de 2024

Policial não é profeta

Se não existe denúncia, mesmo que anônima, não existirão prisões. Simples assim!

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A gritaria sempre é geral da comunidade quando registra-se alguns casos de violência, sejam eles em desfavor do patrimônio público e/ou em face da vida de alguns de nossos semelhantes. Em que pesem os índices de criminalidade terem baixados significativamente no Ceará, não podemos ficar com os olhos impassíveis quando assistimos através da TV e jornais que várias famílias estão sendo expulsas de seus sagrados lares por facções criminosas nas periferias de Fortaleza.

O medo, a correria e o desassossego tomaram conta das pessoas de bem que curtiam a vida normalmente e, de inopino, chega a recomendação de um meliante faccionado que toda sua família tem que ir embora, sem olhar pra trás, mas deixando todo o seu patrimônio comprado com o suor do seu próprio rosto.

A motivação, pasme, todo mundo sabe, porém ninguém denuncia e reina o mais profundo silêncio. Urge uma tomada de decisão mais enérgica e que esses fatos jamais possam ser regra, vez que é crescente no Ceará.

Culpar unicamente a Polícia, a Espada da Justiça, a Segurança Pública, o Município e o Estado, parece em uma rápida leitura, instrumento de uma indignação legítima, porém, ao passo que o crítico também “nunca viu nada; nunca sabe nada; e nada tem a declarar à polícia”.

A indignação, por esse viés e omissão, restará à perversa máxima: “criminoso solto, vidas levadas a óbito, patrimônio roubado”. Policial não é profeta. Se não existe denúncia, mesmo que anônima, não existirão prisões. Simples assim!

Diferente de hoje, que expulsam as famílias de suas próprias residências, no passado praticavam apenas a chamada embriaguez e desordem, onde apelidávamos de “bonecos”; homicidas de brigas familiares; discussões de vizinhos que resolviam pela não civilidade e, daí, se agrediam fisicamente; um descuidista aqui e acolá; ameaças, estelionatários, et cétera e tal.

Eram as maiores tipificações penais.

É lógico que a realidade é outra! É bem diferente!

O que houve para repentinas mudanças?

A modernidade é a culpada da democracia inversa? A educação deseduca? Os pais perderam a noção do tradicional conselho aos filhos? A omissão virou cúmplice da violência? O acreditar na paz, no amor, no compromisso dito e feito, estão todos mudando de endereço? A fé não remove mais as montanhas?

Chegou a hora, novamente, de convocar a sociedade pra discutir sobre violência, leia-se, segurança pública. Clubes de serviços, aparato policial, igreja, sociedade, indignados, pais de famílias, jovens, enfim, todos devem comparecer.

Segurança Pública é algo complexo!

Por fim, a polícia não é profeta e a omissão com certeza sempre será “a dona de todos os crimes”.

Essa é uma tarefa pra adultos e cidadãos!

Por Fabrício Moreira da Costa, advogado e contista.

Fabrício Moreira

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