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11 de fevereiro de 2025

Wagner defende “identidade própria” para se distanciar do bolsonarismo

Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, o postulante tem aparecido como líder das últimas pesquisas de intenção de voto para a capital cearense
Ex-deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner. Foto: Natinho Rodrigues

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O pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza e ex-deputado federal, Capitão Wagner (União Brasil), foi sabatinado pelo UOL e Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (26) e falou sobre o seu distanciamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após o ter apoiado em 2022, sobre como entende que deveria ser aplicada a relação com os Governos Estadual e Federal – aos quais faz oposição – caso eleito e também sobre suas principais propostas para a cidade.

Um dos três pré-candidatos do campo que vai da centro-direita à extrema-direita, Wagner afirmou ter uma relação boa com os dois outros postulantes, o deputado federal André Fernandes (PL) e o senador Eduardo Girão (Novo). Neste ponto, o presidente do Diretório Estadual do União Brasil ressaltou, porém, que atualmente não está ligado ao bolsonarismo, como o são Fernandes e Girão. Mesmo tendo apoiado o ex-presidente em 2018 e 2022, Wagner pontuou que “tem sua identidade própria”.

“Fui eleito o vereador mais votado em 2012, sem bolsonarismo. Em 2014, para deputado estadual, também. Eu tenho identidade própria, o que me credibiliza a ter uma eleição expressiva”, disse.

Conforme o pré-candidato, ele se diverge do estilo bolsonarista na forma de fazer política, que, de acordo com ele, é mais preocupado com a questão ideológica. Como exemplo, Wagner citou que, quando Bolsonaro era presidente, ele veio ao Ceará seis vezes, e que isso causava reclamações de seus apoiadores ao afirmarem que o então governador Camilo Santana (PT) não o recebia. Atualmente, com Lula (PT) como presidente, quando o chefe de Estado vai a São Paulo governado pelo opositor do Governo Federal, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “alguns bolsonaristas reclamam”. O ex-deputado federal diz haver uma “contradição muito grande” neste ponto.

Ele expõe que “não vai defender o indefensável”. “Essa incoerência, às vezes, me afasta um pouco. (…) Tenho uma identidade construída ao longo de 45 anos de vida, na formação enquanto professor, policial militar e meu trabalho como secretário de Saúde de Maracanaú”, afirmou, ao destacar que possui experiência nas três áreas colocadas como a mais importante para a educação. 

“Não sou obrigado a fazer política da forma com que as pessoas que estão com o Bolsonaro querem que eu faça”, ressaltou.

Ainda assim, segundo o pré-candidato, ele aguarda uma relação respeitosa nos debates, inclusive com demais nomes como do atual prefeito José Sarto (PDT) e do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), Evandro Leitão (PT). Ele postula ainda que, em um eventual segundo turno, receberia o apoio de qualquer candidato. “Quem não for para o segundo turno e quiser a mudança real para a cidade, com mudança de verdade, vai ser o nosso grupo”, acrescentou.

RELAÇÃO COM GOVERNOS DO ESTADO E FEDERAL

Capitão Wagner, que faz oposição aos Governos de Elmano de Freitas (PT) no Estado do Ceará e de Lula, nacionalmente, afirmou que não terá problema em procurar os dois chefes dos Executivos, se for preciso, caso seja eleito. “Se for preciso, vou a Brasília procurar o presidente para pedir ajuda a Fortaleza”, afirmou.

Conforme ele, a gestão deve ser focada em toda a população, que inclui eleitores de esquerda, centro e direita. “Tenho que ter coerência”, ponderou, ressaltando que não pode, “de forma alguma”, deixar de pensar na cidade sempre em primeiro lugar. Ainda neste tema, ele lembrou do período em que foi secretário municipal da Saúde de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), até o início de março deste ano. 

Na pasta, como anunciou o pré-candidato a Fortaleza, houve uma melhora nos serviços realizados para a população. Em relação à nota dada pelo Ministério da Saúde para as secretarias municipais de todo o País, Wagner lembrou que a de Maracanaú subiu de 5 para 9. Ele explicou que isso foi feito com o auxílio dos Governos Estadual e Federal. Acerca da relação com a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), o presidente do União Brasil diz ter uma relação boa com o presidente Gardel Rolim (PDT), e que, se for prefeito, vai receber os vereadores de todos os campos. Ele espera uma “relação respeitosa” entre Executivo e Legislativo. “Vamos dialogar com muita tranquilidade”.

PLANO DE GOVERNO

Já sobre suas propostas para a Capital, Wagner destacou ações em temas como segurança, educação e gestão da máquina pública. Policial militar formado em Segurança Pública, Wagner disse que fará o que for ao seu alcance para melhorar o combate à violência e à criminalidade. Segundo ele, aliás, antes de cobrar do governador Elmano, deverá garantir que “todos os equipamentos públicos vão estar protegidos pela Prefeitura”.

“Eu não posso cobrar ele [Elmano] de fazer segurança do IJF [Instituto José Frota], que é municipal”, disse, em referência ao homicídio registrado no hospital. “Não posso cobrar que ele dê segurança nas Areninhas, a Prefeitura construiu, tem que garantir. Não podemos continuar vendo crianças sendo mortas dentro das escolas, prédio municipal é de responsabilidade da Prefeitura”, completou.

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