Rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro ao terminar o ano de 2022 na 17° posição, com 37 pontos em 38 jogos, o Ceará iniciou o ano de 2023 buscando mudar a postura e virar a chave da situação do clube, tanto nos campeonatos locais, quanto nos nacionais. Até o momento, o Vozão disputou três partidas neste ano, duas pelo Campeonato Cearense e uma pela Copa do Nordeste.
Apesar de duas vitórias no certame estadual, a derrota para o Ferroviário por 3 a 0 na rodada de estreia do Nordestão, no último domingo, 22, foi a gota d’água para a volta dos protestos, por parte da torcida, pedindo a saída do presidente, Robinson de Castro. Nas duas partidas disputadas pela equipe alvinegra no certame estadual até o momento, o Ceará venceu bem ambas.
Na rodada de estreia, contra o Guarani de Juazeiro, o Vovô aplicou 5 a 0, vencendo, e bem, o Leão do Mercado, apesar do desafio não ter sido grande. Na segunda rodada, contra o Pacajus, na noite da última quarta-feira, 25, o alvinegro novamente goleou, dessa vez por 4 a 0. Contudo, na estreia da fase de grupos da Copa do Nordeste, contra o Ferroviário, o Ceará foi dominado e derrotado por 3 a 0, com gols de Ciel e Erick Pulga.
Novamente, a insatisfação da torcida do clube, que protestava contra a diretoria desde o ano passado, na reta final da temporada e após o rebaixamento no Brasileirão, alegando incompetência por parte do atual presidente, Robinson de Castro, voltou à tona.
Mesmo com a goleada no último jogo, a equipe alvinegra foi alvo de protestos por parte da arquibancada que, inclusive, boicotou a venda de ingressos, diminuindo bastante o público da partida. Uma das torcidas organizadas do clube foi, inclusive, pivô da movimentação.
Antes da partida, membros dela e outros torcedores protestaram do lado de fora do Estádio Presidente Vargas. Reclamações direcionadas, principalmente, à diretoria do clube. Apesar da resposta dentro de campo, com o time entregando resultados no Cearense, a dura derrota para o Ferrão no último fim de semana fez com que a estrutura interna do clube voltasse a ficar abalada.
A insatisfação por parte da torcida fez, inclusive, com que o atual presidente, Robinson de Castro, maior alvo das reclamações direcionadas à diretoria, renunciasse de seu cargo na quarta-feira, antes mesmo do jogo do alvinegro pelo Cearense.
O desgaste do presidente perante a torcida alvinegra foi debatido em uma reunião de diretoria do clube e uma possível renúncia do dirigente foi cogitada na ocasião. Posteriormente, foi confirmado que o gestor teria avisado aos aliados e diretores do clube que renunciará ao cargo após resolver as últimas pendências no posto.
A pressão da torcida, com campanha de público zero e protestos nas arquibancadas, com ameaças de morte ao dirigente, corroboram com a decisão de renúncia do mandatário, que avaliava a possibilidade desde o final da temporada passada, após intensos protestos tanto nas redes sociais, quanto no estádio.
Agora, o presidente avisou aos dirigentes que vai conversar com familiares para tomar a decisão e caso resolva sair, convocará novamente os diretores para anunciar e só depois disso deve se pronunciar publicamente. Caso a renúncia aconteça, uma nova votação deve acontecer em até 90 dias.
Enquanto isso, o vice-presidente, Carlos Moraes, deve assumir o comando do clube. Robinson de Castro está à frente do clube, oficialmente, desde 2016, quando se elegeu presidente em votação ocorrida em 2015. Em dezembro de 2021, com 225 votos, foi reeleito para o triênio 2022-2024. Dentro de campo, o Alvinegro tem pela frente na disputa pelo título cearense deste ano. Neste sábado, 28, o Ceará enfrentará, novamente no PV, o Maracanã.
A expectativa é, novamente, de protestos, tanto nas arquibancadas, quanto na área externa do estádio. Em 2023, o Ceará vai jogar, além de Cearense e Copa do Nordeste, a Copa do Brasil e a Série B do Brasileirão. Conforme a diretoria, que agora deve sofrer mudanças, o principal objetivo do Vovô é voltar à elite do futebol nacional.
