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4 de outubro de 2024

“Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, diz Bolsonaro à jornalista, durante debate

Um dos momentos mais marcantes do debate realizado neste domingo nos estúdios da Band foi a fala de Jair Bolsonaro ao ser inserido no questionamento da jornalista Vera Magalhães sobre vacina
Foto feita na última quinta-feira (25), no STJ
Foto: Alan Santos/PR

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou no primeiro debate presidencial das eleições deste ano, transmitido neste domingo, 28, a jornalista Vera Magalhães. “Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro.”

Bolsonaro alterou o tom de voz ao responder pergunta de Vera e disse que a jornalista era mentirosa. Candidatos se solidarizaram com o ataque – Ciro Gomes (PDT), Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil). Ciro Gomes reforçou seu discurso como uma candidatura pacificadora nas eleições de 2022.

“Nós precisamos restaurar a paz, reconciliar o Brasil ao redor de um novo e generoso projeto de desenvolvimento. Brigam para valer, mas patrocinam o mesmo modelo econômico, mesmo modelo de governança política em que a corrupção e a fisiologia são o centro do modelo de organização da política brasileira.”

“TCHUTCHUCA DO CENTRÃO”
A candidata do União Brasil ao Palácio do Planalto também criticou o ataque que Bolsonaro fez à jornalista durante o evento e se referiu ao presidente com um termo alcunhado recentemente por um youtuber – o chefe do Executivo foi chamado de “tchutchuca do Centrão.”

“Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico incomodada”, declarou Soraya. “Lá no meu Estado, tem mulher que vira onça e eu sou uma delas”, emendou.

Em embate com Bolsonaro, Lula acusou o adversário de mentir sobre a promessa de manter o valor de R$ 600 no Auxílio Brasil para o próximo ano. “Importante lembrar que a manutenção dos R$ 600 não está na LDO [Lei das Diretrizes Orçamentárias] mandada para o Congresso Nacional. Existe uma mentira no ar”, retrucou o petista no segundo bloco do primeiro debate presidencial.

Lula rebateu Bolsonaro, ao dizer que o PT reivindica há dois anos o valor pago atualmente pelo auxílio. “A bancada do PT votou favorável ao auxílio de R$ 600, mas é preciso que a gente faça essa política concomitante à política de crescimento. O candidato adora citar números absurdos”, argumentou ao terminar a resposta dizendo que Bolsonaro “vendeu Eletrobras, privatizou a BR e está loteando a Petrobras.”

Bolsonaro disse que “tem contato no Congresso” para crescer o orçamento neste semestre e incluir o valor do benefício para o próximo ano. No debate, o presidente chamou Lula de ex-presidiário – em uma das situações, Lula teve direito de resposta e afirmou que foi inocentado pela Justiça brasileira e pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O ex-presidente defendeu também que foi preso para não concorrer às eleições de 2018 “pois venceria” e pontuou que, se eleito, um dos seus primeiros atos será retirar o sigilo de 100 anos imposto por Bolsonaro a documentos da Presidência da República.

Lula e Ciro chegaram a se confrontar no debate. Sobre um eventual segundo turno em que Lula esteja, o ex-presidente sinalizou que espera que “Ciro não viaje para Paris.” Bolsonaro iniciou o tom do debate de maneira mais amena, mas o elevou no decorrer das discussões postas, insistiu que não há fome “como dizem que está”, elogiou o trabalho de Michelle Bolsonaro, primeira-dama, e acrescentou que já se desculpou por ter dito que deu uma “fraquejada” [sic], referindo-se ao nascimento da única filha mulher.

O presidente pontuou ainda que não houve corrupção em seu governo quanto à compra de vacinas contra covid-19. À exceção de Bolsonaro, os candidatos foram ouvidos ao fim do debate – o presidente saiu imediatamente do estúdio e não deu entrevistas à imprensa sobre a avaliação do evento.

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