O vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro (União Brasil), próximo depoente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga Associações Militares no Ceará, criticou os trabalhos do grupo de deputados estaduais e afirmou não ter o que “temer ou esconder”. A Comissão Parlamentar investiga se as associações contribuíram com o motim da Polícia Militar ocorrido em 2020, o que configura crime dentro da legislação militar. O relator da CPI, deputado Elmano Freitas (PT), afirmou já ver indícios da prática criminosa e relação entre associações, o deputado federal licenciado Capitão Wagner (União Brasil), o vereador Sargento Reginauro e o deputado estadual Soldado Noelio (União Brasil).
A oitiva de Sargento Reginauro estava marcada para às 14h30 desta quarta-feira, 6, na Assembleia Legislativa do Ceará, em Fortaleza, porém, foi adiada pela Comissão. Em nota enviada ao OPINIÃO CE após a oitiva desta terça-feira, 5, com o policial Cleyber Barbosa Araújo, presidente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS). “Alguém precisa lembrar ao relator dessa CPI que seu mandato não o confere o direito de cometer crime de calúnia. Vamos entrar com todas as medidas cabíveis para que o mesmo prove as graves acusações proferidas na manhã de hoje [5]”, disse Reginauro, que será ouvido por ter sido presidente da mesma entidade. Ele nega qualquer interferência política.
CPI
Em depoimento na manhã desta terça-feira, 5, Cleyber Barbosa negou que a entidade tenha participado, financiado ou motivado a paralisação em 2020. Segundo ele, a entidade esteve envolvida em mesas de negociação para a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de segurança, mas em nenhum momento foi favorável a movimentos grevistas. “Infelizmente, com a leniência do Estado, a polícia paralisou. Enquanto policial militar e presidente da APS, eu não concordo e sou contra as paralisações”, destacou aos deputados.
Para o relator, Elmano Freitas, “não há dúvida” que a APS funcionou como um “braço político de um grupo político-partidário ao qual integram o deputado federal Capitão Wagner, o deputado estadual Soldado Noelio e o vereador Sargento Reginauro”. O relator disse, ainda, que o grupo tem a “prática de sacar dinheiro na boca do caixa, que os seus diretores abrem empresas que nunca funcionaram”.
A CPI foi instaurada ainda no ano passado e investiga o destino dos recursos recebidos pelas associações ligadas à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará. Na fase anterior, os parlamentares colheram documentos, imagens de câmeras de segurança e juntaram o material para o período de oitivas. Participaram do da reunião desta terça-feira o presidente da CPI, deputado Salmito Filho (PDT), e os deputados Marcos Sobreira (PDT), Augusta Brito (PT) e Queiroz Filho (PDT).
Composição da CPI
Titulares
- Salmito;
- Queiroz Filho;
- Elmano Freitas;
- Soldado Noélio;
- Davi de Raimundão;
- Romeu Aldigueri;
- Augusta Brito;
- Nizo Costa; e
- Marcos Sobreira.
Suplentes
- Delegado Cavalcante;
- Edilardo Eufrásio;
- Jeová Mota;
- Guilherme Landim;
- Oriel Nunes Filho;
- Diego Barreto;
- Osmar Baquit;
- Guilherme Sampaio;e
- Tin Gomes.