A sessão plenária desta quarta-feira (19) na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) foi marcada por discussão acalorada entre aliados e a oposição do prefeito José Sarto (PDT). Após a vereadora Adriana Almeida (PT), atual líder da oposição, citar as reivindicações dos professores municipais ao prefeito Sarto, o vereador Adail Júnior (PDT), aliado do gestor municipal, questionou se ela é “louca” durante sua fala no púlpito, em resposta à parlamentar. O momento gerou bate-boca entre os parlamentares. Adriana, que disse ter se sentido ofendida, acusa violência política de gênero.
“Alguns homens tentam descredibilizar nossas falas desse jeito, nos chamando de loucas e histéricas”. O presidente da sessão, Bruno Mesquita (PSD), no momento da fala de Adail, disse que o parlamentar estaria atingindo a honra de Adriana Almeida e que seria necessário haver “respeito na casa do povo”.
Após a petista levar as solicitações dos professores à gestão municipal e comparar políticas da educação da Prefeitura e do Governo do Estado, Adail falou em tom irônico que “parabeniza a coragem” da vereadora. O pedetista disse que a sua colega parlamentar estaria errada em fazer graus comparativos entre a educação de Fortaleza e do Ceará. “Fazer graus comparativos talvez da pior educação dos estados do Brasil, o Ceará, com a melhor educação a nível municipal, a Capital”, disse, destacando que sem os dados da educação de Fortaleza, a educação estadual “passaria vergonha”.
O vereador completou, citando que Adriana estaria na CMFor para “defender os munícipes” e não “os interesses do Governo do Estado”. Batendo no púlpito e aos gritos, o parlamentar disse que, em quase 12 anos com Roberto Cláudio (PDT) e Sarto na Prefeitura, não houve nenhuma greve da educação municipal, e voltou a falar que a parabenizava pela coragem. Na sequência, ele citou que as lideranças da educação estariam “se tremendo” e questionando “se essa mulher é louca?”.
Logo após a fala, Adriana pediu que Adail a respeitasse. O vereador então disse que não deveria ter questionado se ela é louca, mas que não pediria desculpa. “Eu sou bastante humilde, mas não vou pedir desculpa. Não vejo motivo”. “A gente atura tudo da oposição. Eu fazer uma interrogação, ‘você é louca?’. Eu não estou afirmando, você é uma professora!”, completou.
“A oposição está muito sensível. Estão acostumados a falar inverdades, agora tudo que falamos são sensíveis. Vou perguntar de novo: a senhora é louca?”, questionou novamente ele, que disse estar vendo na Câmara Municipal “uma Casa de debate de esquerda”.