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17 de janeiro de 2025

Varejo no Ceará cresce 2,9% em fevereiro

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Crescimento, no entanto, não representa avanço significativo para setor, conforme avaliação de especialistas entrevistados pelo OPINIÃO CE

Priscila Baima
priscila.baima@opiniaoce.com.br

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (13) que, em fevereiro deste ano, o volume de vendas do comércio varejista no Ceará cresceu 2,9%, na série com ajuste sazonal, após declínio de 0,7% em janeiro. Esse crescimento, no entanto, não representa um avanço significativo para o setor, conforme avaliação de especialistas entrevistados pelo OPINIÃO CE. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio.

No levantamento, a média móvel trimestral no Ceará variou 0,4% no trimestre encerrado em fevereiro, depois de variar (0,1%) no trimestre até janeiro. Na série sem ajuste, o comércio varejista cresceu 1,2% frente a fevereiro de 2021, depois de queda de 4,5% em janeiro de 2022, frente a janeiro de 2021. No acumulado no ano, o varejo teve variação de -1,8%. Já o acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -3,3% até janeiro para -2,7% em fevereiro, o setor mostrou ascendência.

De acordo com o economista e supervisor de disseminação do IBGE, Helder Rocha, o número representa a melhor variação na passagem de um mês para outro, desde de julho de 2021. “As variações dessas atividades se reportam ao mesmo mês do ano de 2021, indicando que houve melhora no volume de vendas de cinco atividades, na comparação com fevereiro deste ano”, explica.

Na comparação com fevereiro de 2021, o comércio varejista cearense avançou 1,2%, com taxas positivas em cinco das oito atividades: tecidos, vestuário e calçados (22,5%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,2%) , equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (5,3%) e combustíveis e lubrificantes (2,6%).

OUTROS SEGMENTOS
Já livros, jornais, revistas e papelaria (-15,2%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,1%) e móveis e eletrodomésticos (-16,2%) registraram queda. Considerando o comércio varejista ampliado, para a mesma comparação, veículos e motos, partes e peças registrou queda de 1,3% e material de construção registrou aumento de 9,9%.

Apesar do crescimento, na avaliação de Rocha, o comércio varejista local “ainda está se recuperando, uma vez que a pesquisa mostra que no acumulado do ano e nos últimos doze meses, as variações do volume de vendas estão em ascensão, na comparação com o mesmo período do ano de 2021”, pontua. Mesmo com a ascensão, a previsão para os próximos meses ainda não pode ser feita com precisão, segundo o supervisor. O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), Davi Azim, analisa que esse crescimento, na realidade, pode representar um grande endividamento.

“Esse crescimento tem muito a ver com a forte liberação de crédito ao consumidor. Na realidade, porém, isso pode causar uma realidade subjacente, que é o endividamento das famílias. As pessoas querem consumir, a inflação está alta e isso força as pessoas a procurar uma oferta de crédito. Eu vejo nesse número um risco para a economia como um todo”, explica Azim.

NO BRASIL
De janeiro a fevereiro deste ano, na série com ajuste sazonal, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista cresceu 1,1%, com resultados positivos em 26 das 27 unidades da federação, com destaque para Amapá (8,0%), Rondônia (8,0%) e Acre (5,9%). Somente Tocantins teve resultado negativo (-3,7%). Na mesma comparação, no comércio varejista ampliado, avançou 2,0%, puxado por 23 das 27 UFs, com taxas positivas mais intensas no Amapá (8,7%), Acre (8,4%) e Mato Grosso do Sul (7,1%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram Pernambuco (-14,1%), Bahia (-2,5%), Espírito Santo (-1,9%) e Goiás (-0,4%). Frente a fevereiro de 2021, as vendas do comércio varejista cresceram 1,3%, com resultados positivos em 18 UFs, principalmente Amazonas (21,5%), Roraima (17,8%) e Acre (16,5%). No campo negativo, estão nove unidades da federação, entre elas, Pernambuco (-7,7%), Sergipe (-7,0%) e PiauÍ (-5,0%).

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