Um estudo realizado por grupo de pesquisadores no Ceará mostra que o uso de energia renovável em frota de ônibus de Fortaleza traria economia de mais de R$ 1,8 bilhão. O valor se refere ao tempo de vida útil da maioria dos equipamentos, na comparação com a frota a diesel. As baterias dos ônibus elétricos, por exemplo, podem durar até 7 anos. Já os ônibus atuais possuem uma vida útil entre 10 e 15 anos. Outro fator positivo é a projeção, pelos pesquisadores, de um retorno do investimento em cerca de 13 anos.
Para isso, o estudo leva em conta um parque eólico com capacidade de geração anual de 840 GWh e infraestruturas como subsistemas de produção, armazenamento, compressão e abastecimento. Conforme os autores do estudo, o setor de transportes é o segundo mais poluente da atmosfera. A mudança da matriz energética da frota municipal seria, segundo eles, uma contribuição importante para mitigar os efeitos da concentração de Gases de Efeito Estufa (GEEs) no ar, sobretudo de Dióxido de Carbono.
Para chegar ao resultado, a pesquisa dimensionou a infraestrutura necessária para a total descarbonização da frota de ônibus urbano da capital cearense por meio da produção de hidrogênio verde (H2V) e de energia eólica. O estudo foi feito por estudante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC). A pesquisa cearense vai ser exposta em seminário nos dias 27 e 28 de maio, em Brasília.
Pela proposta, a substituição do modelo tradicional de combustível, a diesel, por ônibus com células de combustível a hidrogênio demandaria uma geração anual de 766,93 GWh de energia elétrica. Como tanto a geração eólica quanto a produção do H2V são fontes limpas de energia, estima-se que a mudança evitaria a emissão de 58 toneladas de Dióxido de Carbono (CO2), equivalente, anualmente, na atmosfera. Dessa forma, a medida traria ainda benefícios ambientais.
ÔNIBUS ELÉTRICO
No fim do ano passado, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), anunciou e a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei ordinária que viabiliza a inserção de ônibus elétricos na frota de transporte público da capital cearense. A proposta autoriza operação de crédito no valor de até R$ 50 milhões para a aquisição de 19 veículos 100% elétricos, do tipo Padrón 12m, com bateria embarcada e a infraestrutura de recarga, composta por 10 carregadores. A iniciativa permite a transição da matriz energética do sistema de transporte coletivo, cuja frota é constituída por veículos movidos a diesel.
I SEMINÁRIO NACIONAL DE HIDROGÊNIO VERDE
Em Brasília, nos próximos dias 27 e 28 de maio, vai ser realizado o I Seminário Nacional de Hidrogênio Verde (Senahidro). O evento, que terá trabalhos técnicos selecionados, painéis e palestras de pesquisadores de vários lugares do país, além de uma feira de negócios, vai contar com a apresentação da pesquisa cearense. A feira, a ExpoH2V, vai reunir startups, agentes públicos e privados, universidades e demais setores da sociedade. O objetivo é mostrar o que há de novo no mercado, como as tendências na cadeia de negócios do hidrogênio verde.
No Ceará, a produção de H2V tem sido uma política cada vez mais presente na pauta de ações do governador Elmano de Freitas (PT). O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), localizado no município de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), fechou parceria com o Porto de Roterdã, nos Países Baixos, para a criação de um Hub de Hidrogênio Verde, que deve levar parte da produção de energia limpa cearense para o mercado europeu.
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Na última sexta-feira (10), Elmano viajou em agenda internacional para a cidade neerlandesa, onde está sendo realizado o World Hydrogen 2024 Summit & Exhibition, evento global sobre hidrogênio. O evento se estenderá até a quarta-feira (15). Na ausência do chefe do Executivo, a vice-governadora Jade Romero (MDB) assume o Palácio da Abolição.
