O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realiza em Fortaleza nos próximos dias 2 e 3 os Encontros pela Educação no Selo Unicef – Fortalecendo políticas públicas para crianças”, com participação de técnicos e secretários de até 179 municípios cearenses.
As capacitações debaterão estratégias para levar crianças e adolescentes de volta à escola e integram a agenda do certificado, iniciativa que busca apoiar as prefeituras a assegurar os direitos de meninas e meninos.
Na Capital, os encontros ocorrem no Praia Centro Hotel Fortaleza / Fábrica de Negócios. Os eventos serão replicados em 18 estados do Semiárido e da Amazônia. A busca ativa escolar é um dos temas centrais dos encontros, com foco nas rematrículas de meninas e meninos e os desafios da aprendizagem.
Como evitar novos abandonos à escola? Como acolher os estudantes no retorno à sala de aula? Estas são algumas das questões a serem abordadas considerando o contexto da pandemia.
Também serão pautados tópicos como a oferta de serviços de saúde mental a crianças e adolescentes; os espaços de escuta qualificada para esse público; a implementação dos planos municipais para a primeira infância (PMPI); e a importância da busca ativa vacinal, do desenvolvimento da primeira infância e da proteção contra violências.
Durante os eventos, as equipes municipais poderão aprofundar o conhecimento a partir de estudos de caso e tirar dúvidas sobre estratégias compartilhadas pelo Unicef para identificar e levar de volta à escola estudantes que estejam fora ou em risco de evadir. “Em momentos como esse fortalecemos nosso pacto com cada município, para buscar coletivamente cada menina e cada menino, garantindo seu direito de estar na escola protegido, convivendo e aprendendo”, destaca Verônica Bezerra, especialista em educação do Unicef, que estará no encontro de Fortaleza.
O Brasil vinha avançando, lentamente, no acesso de crianças e adolescentes à escola nos últimos anos, mas a pandemia trouxe uma regressão de duas décadas. Em novembro de 2020, mais de cinco milhões de meninas e meninos não tiveram acesso à educação no Brasil, de acordo com estudos lançados pelo Unicef. A pesquisa indicou que quase 1,5 milhão de estudantes não frequentavam a escola (remota ou presencialmente) e outros 3,7 milhões que estavam matriculados não tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram se manter aprendendo em casa.
“Sabemos que a pandemia trouxe uma nova realidade para a área da educação, portanto é fundamental entendermos os diferentes contextos de cada criança e cada adolescente para pensarmos coletivamente ações a serem executadas nos municípios para ampliar o número de rematrículas escolares, focando sempre na qualidade da aprendizagem”, pontua Sônia Fortaleza, presidente da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará (APDMCE), que implementa o selo nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
Os encontros presenciais fazem parte da metodologia do Unicef, que também inclui capacitações remotas e compartilhamento de conteúdo e instrumentos de forma contínua ao longo da edição.
Até o dia 30 de agosto serão realizados 29 Encontros Pela Educação em 18 estados para fortalecer as estratégias municipais de enfrentamento ao abandono e exclusão escolar, assim como garantir a aprendizagem. As oficinas acontecerão em polos por estado, reunindo os municípios que participam do programa.