Com pouco mais de quatro meses após a sua inauguração como ponto cultural de Fortaleza, o Complexo Cultural Estação das Artes Belchior passou a ser um espaço de troca e vivência no Centro, local pouco frequentado aos domingos na capital cearense.

O local era antes a Estação Ferroviária Dr. João Felipe, engloba, hoje, também o espaço da Praça da Estação. A população aproveita o equipamento de formas variadas. No caso de Ozias Souto, o domingo, 14, de Dia dos Pais serviu para levar a filha e a enteada para conhecer o espaço. Souto foi a primeira vez ao complexo cultural, após anos utilizando o espaço como terminal ferroviário.

“Aproveitar o Dia dos Pais, tem que ser. A gente também veio para ver a feira da Ceart, elas estão super empolgadas.” Já Emanuel Anderson foi à Estação das Artes como representante do Movimento dos Sem Terra (MST) para vender os produtos cultivados por agricultores locais. “O MST é um parceiro da Estação das Artes, e a gente traz um sabor ecológico de produtos orgânicos. Eu vejo a Estação como uma boa vitrine para esses produtos, para serem vistos pela sociedade.”

As amigas Eduarda Rangel e Ane Barreto, que se encontraram por acaso no espaço, dizem gostar do equipamento, mas esperam programações mais diversificadas para o potencial que a estação tem, argumentam. “O espaço eu acho legal, mas seria interessante uma variação de objetivos. Aqui, hoje, tem feirinha, mas é um espaço muito grande que tem condições de investir mais em exposições, por exemplo”, opinou Ane.

“É um espaço que ainda tá passando por um amadurecimento, mas sempre tem algo aqui, então eu acho massa. Eu sou da moda, então ver esses brechós com uma curadoria incrível e presencial é bem legal”, disse Eduarda. A manhã deste domingo no equipamento somou ações para estimular o consumo consciente. Na programação, uma feira de brechós locais.

Para acompanhar, a DJ fashionista Sarah Veloso mostrou o seu repertório com disco music, freestyle, chill baile e outros sons. Além disso, a designer e figurinista Ruth Aragão deu uma mini-aula sobre as possibilidades do upcycling na moda.

Em seguida, ocorreu um bate-papo entre expositores, a estilista e público sobre a moda circular e o papel dos brechós na promoção de um consumo mais responsável. A artista visual Luci Sacoleira ensinou técnicas de requalificação de peças de vestuário utilizando materiais artesanais e de baixo custo. O espaço também contou com programação infantil: pintura livre e customização de tecidos fizeram parte da brincadeira. No local, funciona uma feira gastronômica com pratos para todos os gostos.