Estava eu navegando pelas redes sociais e me deparei com um vídeo poético, forte e tocante feito pela publicitária e empresária Mariana Marques. Trabalhamos juntas por um período curto, porém intenso. Sempre enxerguei a potência de sua mente criativa e uma capacidade imensa de fazer acontecer.
A jovem publicitária decidiu empreender. Hoje, está à frente da Pana, junto com o engenheiro Bruno Valente. Foi uma união de potenciais. Ele cresceu dentro de uma tecelagem, seguindo o pai nessa atividade no coração das redes cearenses, o município de Jaguaruana. Ela tem a paixão pela cultura nordestina e uma experiência de sucesso acompanhando os saberes da nossa terra através da convivência com artesãos.
Não deu outra, nascia ali, em 2021 – no desafiador período da pandemia – uma empresa com artigos que carregam o DNA sertanejo e o talento de nossa gente. Para além de um negócio, a empresa despontou no mercado carregando uma filosofia de valorização de raízes. Não é apenas a rede, são as muitas mãos que fazem com que ela exista em toda sua utilidade e beleza.
A Pana enxerga o que muitas empresas esquecem ou escondem: a origem de seus produtos. Como jornalista que escreve, narra e vive o interior desde sempre, essa valorização justa e necessária me toca. Sim, deveria ser um movimento natural, mas não é. Por isso, enxergar os artesãos entranhados nos fios de algodão, nas rendas e nas cores das linhas, no trançado do tear é emocionante.
Quanta verdade há no balanço dessas redes. Elas são obras de arte. Quando cuidadosamente embaladas e entregues aos seus destinatários, levam consigo histórias, cultura e tradição. O ofício que acontece anonimamente no sertão ganha assinatura. Parabéns à Pana e às mentes sensíveis por trás do negócio, que certamente é desafiador. Empreender no Brasil é difícil. Vocês mostram que as marcas são feitas por pessoas e que os produtos têm alma.