O açude Cedro, que fica em Quixadá, no Sertão Central cearense, pode renascer através de uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), o Sistema Fecomercio e a prefeitura de Quixadá.
A ideia é somar esforços e elaborar um projeto para revitalizar a estrutura arquitetônica e permitir que o açude volte a atrair visitantes e passe a ser usado turisticamente, como cenário de lazer e atividades culturais.
O Cedro é secular. Foi o primeiro açude construído no Ceará e uma das primeiras obras do país de combate à seca, ainda no Brasil império. Naquela época, havia uma distância absurda entre a necessidade de armazenar água e o conhecimento técnico para executar uma obra de tão grande dimensão. O resultado foi a construção de um açude superdimensionado em relação ao potencial de sua bacia hidrográfica. A consequência disso é a dificuldade de armazenamento. O Cedro só sangrou 6 vezes em mais de 100 anos.
Apesar de não cumprir plenamente sua missão maior, o reservatório tem outras características importantes, como o valor histórico. A partir do Cedro, surgiu um caminho próspero de infraestrutura hídrica que, hoje, é a base da convivência com a seca no Ceará. A evolução foi do Cedro ao Castanhão, erguido com os mais modernos e precisos estudos e tecnologias.
Resta ao velho Cedro, a missão de manter irrigações pontuais, abastecimentos locais e a beleza imponente de sua estrutura inspirada em monumentos romanos.
A força tarefa unindo quatro frentes importantes vai ajudar no processo de restauração e manutenção do açude e do seu entorno. O Cedro, que já é patrimônio histórico nacional, devido a técnica de construção única da barragem, pode renascer como ponto turístico e cultural.