Termina nesta quinta-feira, 29, a exposição midiática, pelo menos nos meios convencionais de rádio e TV, das propostas (e não-propostas) de candidatos às eleições de outubro. A regra vale para quem ambiciona qualquer mandato. O mesmo serve para a realização de debates públicos.
É aí que entra a Rede Globo. Força essencial para a explosão de movimentos contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) de 2013 a 2016, quando ela foi apeada do poder por impeachment, a emissora cumpriu na época uma receita que se mostrou infalível: alinhada com empresas como os jornais “Folha de S. Paulo”, “Veja”, “IstoÉ”, “Jovem Pan” e o “Estado de S. Paulo”, entre outras, a Globo abriu mão de cumprir regras básicas do exercício jornalístico e se prestou a ponta de lança de articuladores da ação contra Dilma – personalidades como Aécio Neves e Eduardo Cunha, Roberto Jefferson e Agripino Maia.
Como consequência disso, pavimentou o caminho para a ascenção ao Planalto de um obscuro deputado que, entre outras referências no Congresso, era citado como apoiador de milicianos e praticante convicto da “rachadinha”: Jair Bolsonaro. Essa é a História.
O point da vibe
A Globo volta a receber nesta quinta-feira, no derradeiro confronto dos candidatos, aquele que se elegeu embalado pela ação da empresa e de outras corporações da indústria de notícias. Contumaz em ameaçar negar a renovação da concessão da emissora, Jair Bolsonaro a chama de “Globolixo”.
Alguma nova carta na manga?
Em entrevista no principal noticioso da Rede Globo, em 22 de agosto passado, Bolsonaro rabiscou na mão esquerda o nome do doleiro Dario Mercer. Como uma “cola”, uma “pesca” de aluno ruim. Mas é possível que não fosse. Conhecido como “Rei dos Doleiros”, Mercer teria relações perigosas com os donos da emissora. A garatuja riscada na mão – e mostrada às câmeras sem pudor – seria, então, um modo de intimidar os entrevistadores.
Poderes de Grayskull
O vereador conhecido como “Germano He-Man” quer que a Prefeitura de Fortaleza institua “a prática do exame móvel de combate ao câncer de próstata”. Acredite: é desse jeito que está escrito no projeto. Deve haver aí alguma construção indevida, mas, por via das dúvidas, é preciso ter cuidado com o que o He-Man está sugerindo.
Sem freios
O deputado federal paulista Abou Anni (União Brasil) apresentou projeto com o qual pretende que o conceito de transporte escolar seja ampliado. E que passe a ser considerado “atividade extracurricular” até para deslocamentos a cursos de idiomas. Achou que não tinha como piorar? Achou errado!
Reflita
Útil é o voto que pode mudar os rumos da sociedade.
Frentes
A Coluna do Roberto Maciel é publicada no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br) e no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br). Os textos também podem ser lidos no site https://bit.ly/3q4AETZ. O autor ainda participa do podcast Papo de Cabeça, no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Spotify e Deezer. O Papo de Cabeça, em parceria com o jornalista Maurição Lima, aborda notícias, entrevistas e análises políticas.