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21 de janeiro de 2025

UFC desenvolve tecnologia para captar hidrogênio verde

Uma pesquisa de doutorado do Programa de Engenharia e Ciências Materiais, foi desenvolvido um instrumento que permite a separação do hidrogênio e do oxigênio da molécula de água; a membrana do material é feita a partir da casca de camarão ou de caranguejo
Eletrolisador no laboratório de Mecânica da Fratura e Fadiga da Universidade Federal do Ceará. Foto: Divulgação

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Pesquisadores do Laboratório de Mecânica da Fratura e Fadiga (LAMEFF) da Universidade Federal do Ceará (UFC) criaram uma tecnologia mais barata e renovável para extrair o hidrogênio verde (H2V). Em pesquisa de doutorado no Programa de Engenharia e Ciências Materiais, o físico Santino Loruan criou uma membrana de quitosana feita a partir da casca de camarão ou de caranguejo para uso em eletrizadores que separam as moléculas de hidrogênio (H) e de oxigênio (O) da água (H2O). O projeto, diferente da membrana usual, não polui o ambiente.

Após a separação do H e do O da molécula de água, o hidrogênio vira gás combustível e pode ser usado como fonte de energia. O H2V é considerado uma fonte energética alternativa aos combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, que provocam aquecimento global. A produção da energia limpa está sendo incentivada no Ceará, principalmente devido ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que firmou parceria com o Porto de Roterdã para o Hub de Hidrogênio Verde entre os dois complexos portuários, que vai levar a produção cearense para o mercado europeu.

Feita a partir da casca de camarão ou de caranguejo, a membrana de quitosana criada por Loruan difere da membrana usual, de nafion, por possuir um aspecto sustentável. Além de não poluir o ambiente quando descartada, a nova membrana que poderá circular no mercado pode ser facilmente produzida, já que tanto o camarão como o caranguejo são fartamente encontrados no litoral brasileiro.

A PESQUISA E PATENTE DA MEMBRANA

Na pesquisa do doutorando, o eletrolizador foi ativado com uso de energia solar, uma energia limpa, o que tornou todo o processo ambientalmente sustentável. Por este motivo, o combustível gerado é chamado de “hidrogênio verde”. Conforme o engenheiro Enio Pontes de Deus, coordenador do LAMEFF e orientador de Santino Loruan, “o hidrogênio, na verdade, não tem cor nenhuma. É um gás inerte e incolor. Ele é verde porque é obtido com fonte renovável.”

A membrana de quitosana foi patenteada pela UFC. “Nós patenteamos essa membrana. Hoje ela é um produto, uma tecnologia nacional, que entra no mercado e passa a competir com outras membranas”, descreve Enio Pontes. A invenção da membrana será uma das inovações apresentadas na Conferência Internacional das Tecnologias das Energias Renováveis (Citer), a ser realizada no período de 3 a 5 de junho, em Teresina-PI. A conferência vai reunir 180 palestrantes de diversos países, em 45 painéis de formato híbrido, com participações presenciais e remotas. A expectativa dos organizadores é que a conferência receba 10 mil pessoas, incluindo empresários que possam se interessar pela produção industrial da membrana criada na UFC e demais inovações brasileiras.

Além de empresários, pesquisadores e especialistas em energia renovável esperam atrair o público leigo que possa ter interesse por ciência. “Nós precisamos dar acesso à população sobre a produção científica, para colaborar com a conscientização sobre a importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento do país e para o desenvolvimento da humanidade”, defende Ana Paula Rodrigues, presidente do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente e uma das idealizadoras da conferência. A entrada para a conferência é gratuita.

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