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24 de março de 2025

Três companhias aéreas devem aumentar preço da passagem ainda neste mês

Foto: Divulgação

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O conflito Rússia-Ucrânia, responsável por disparar a cotação do petróleo em nível mundial, o que acabou elevando o preço dos combustíveis no Brasil, chegou às passagens aéreas. A Folha de São Paulo apurou que Gol, Latam e Azul preparam aumento no valor das passagens aéreas ainda neste mês de março. A medida pega as companhias aéreas em um momento delicado, interrompendo o movimento de recuperação do turismo doméstico iniciado no último trimestre do ano passado.

As aéreas foram um dos setores mais impactados pela Covid-19, por causa das restrições sanitárias que impediram ou limitaram os deslocamentos, além da ampliação do home office, que fez desabar a demanda do mercado corporativo–viagens a negócio representavam um terço da receita das aéreas.

“Toda a indústria, não só a Latam, responde a esse tipo de crise com duas medidas: a primeira é um aumento das tarifas e, a segunda, uma redução da oferta. Uma em função da outra”, disse à reportagem Jerome Cadier, presidente da Latam Brasil. Segundo ele, o movimento de aumento das tarifas já vem desde o mês de janeiro, porque o ano começou com o petróleo mais alto, o que se acentuou nas duas últimas semanas por causa da guerra.

A empresa está ajustando a oferta, principalmente a partir do segundo trimestre. “Quanto às tarifas, ainda não temos de quanto vai ser o aumento, porque vai depender do patamar em que o preço do petróleo vai estacionar”. Por volta das 14h30 desta sexta-feira (11), o barril do petróleo tipo Brent era cotado a US$ 112,11, em alta de 2,78%. Mas no último dia 6 chegou perto de US$ 140 o barril.

A concorrente Gol está em período de silêncio, porque divulga os resultados do quarto trimestre de 2021 na próxima segunda-feira (14). Mas a Folha apurou que a companhia pretende mexer no preço das tarifas ainda este mês, uma vez que considera “insustentável” operar nos atuais patamares da cotação do petróleo. E acredita que isso deve impactar a demanda.

Procurada, a Azul confirmou que a alta do petróleo deve afetar as tarifas aéreas ainda este mês. Por meio da sua assessoria de imprensa, a empresa argumentou que o impacto do conflito sobre o preço do petróleo também afetou fortemente o QAV (querosene de aviação). Segundo a Azul, a situação atual é bem pior do que há 14 anos, quando o valor do barril do petróleo já tenha ultrapassado este patamar. “Naquela época o valor do dólar estava muito abaixo dos atuais R$ 5 era cotado abaixo de R$ 2. Essa matemática é bastante impactante para o setor aéreo, em especial para as empresas brasileiras, que têm diversos custos em dólar e um dos combustíveis mais caros do mundo”, afirmou, em nota.

Folha Press

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