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8 de fevereiro de 2025

Tombamento do Campo de Concentração do Patu está previsto para esta terça-feira, 26

O evento estava previsto, inicialmente, para ocorrer na última semana.
Foto: Divulgação/Observatório do Terceiro Setor

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Previsto, inicialmente, para ocorrer na última semana, o tombamento do Campo de Concentração do Patu, na cidade de Senador Pompeu, deve ser deliberado nesta terça-feira, 26, em reunião na Biblioteca Pública Estadual, pelo Conselho Estadual de Preservação de Patrimônio Cultural do Ceará (Coepa), da Secretaria da Cultura (Secult). Como adiantado pelo OPINIÃO CE, o tombamento em tempo recorde se deve à parceria entre o Governo do Estado, IFCE, gestão de Senador Pompeu e Assembleia Legislativa do Ceará.

“Além da lei de nossa autoria que transformou a Caminhada da Seca em patrimônio imaterial do Ceará, articulamos o tombamento estadual do Campo de Concentração do Patu, uma conquista histórica do povo de Senador Pompeu e de todo o Ceará”, destaca o deputado estadual Acrísio Sena (PT), vice-presidente da Comissão de Cultura da AL.

A Assembleia Legislativa aprovou e o então governador Camilo Santana (PT) havia sancionado, em setembro de 2021, o projeto de lei 360, que incluiu a Caminhada da Seca de Senador Pompeu no roteiro turístico, religioso e cultural do Ceará. “Já destinamos inclusive R$ 200 mil, via Emenda Parlamentar, para recuperação do Casarão da Inspetoria, principal prédio do Campo, num trabalho em conjunto com o IFCE”, explicou Acrísio.

Reconhecimento

Neste mês, os deputados estaduais aprovaram projeto de lei que reconhece a relevância histórica e cultural da Vila dos Ingleses, conhecida como Sítio Histórico do Campo de Concentração do Patu. Em junho do último ano, o sítio arquitetônico já foi considerado patrimônio histórico-cultural em nível municipal. O autor do projeto, deputado Queiroz Filho (PDT), explicou que, dos campos de concentração que foram erguidos no Estado, o de Senador Pompeu é o único que ainda possui edificações.

“Atualmente consiste em um canteiro de obras com 12 casarões, 160 casas de taipa e três casas de pólvora. Calcula-se que morreram cerca de 12 mil pessoas, mais da metade dos concentrados, tanto que foi criada a ‘Caminhada da Seca’, que reúne anualmente, desde 1982, mais de cinco mil pessoas”, frisou.

Segundo Queiroz, o reconhecimento reafirma a existência dos campos de concentração de retirantes no Ceará durante o período da grande seca de 1932. “A ausência de resquício físicos de tais campos em Fortaleza tende a relegar ao esquecimento esse difícil capitulo da nossa história. Temos exemplos que geraram duas comunidades, do Pirambu e do Alagadiço, e a favela dos Trilhos, que se desenvolveram de maneira desigual em relação a outras áreas da capital”, afirma.

Após aprovação na Casa, o projeto aguarda sanção da governadora Izolda Cela (PDT).

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