Previsto, inicialmente, para ocorrer na última semana e, posteriormente, nesta terça-feira, 26, o tombamento do Campo de Concentração do Patu, na cidade de Senador Pompeu foi novamente adiado. O evento ocorreria em reunião na Biblioteca Pública Estadual, em Fortaleza, pelo Conselho Estadual de Preservação de Patrimônio Cultural do Ceará (Coepa), da Secretaria da Cultura (Secult). O evento ainda não tem nova data para acontecer.
“A reunião do Conselho Estadual de Preservação de Patrimônio Cultural do Ceará (Coepa) para tratar do tombamento do Campo de Concentração do Patu, em Senador Pompeu, que iria acontecer amanhã, 26, 9h, na Biblioteca Pública Estadual, foi cancelada pela Secult, pela 2ª vez. O evento ainda não tem nova data para acontecer”, diz nota o mandato do deputado estadual Acrísio Sena (PT), que participa das tratativas.
Como adiantado pelo OPINIÃO CE, o tombamento em tempo recorde se deve à parceria entre o Governo do Estado, IFCE, gestão de Senador Pompeu e Assembleia Legislativa do Ceará. “Além da lei de nossa autoria que transformou a Caminhada da Seca em patrimônio imaterial do Ceará, articulamos o tombamento estadual do Campo de Concentração do Patu, uma conquista histórica do povo de Senador Pompeu e de todo o Ceará”, destaca Acrísio, vice-presidente da Comissão de Cultura da AL.
Reconhecimento
Neste mês, os deputados estaduais aprovaram projeto de lei que reconhece a relevância histórica e cultural da Vila dos Ingleses, conhecida como Sítio Histórico do Campo de Concentração do Patu. Em junho do último ano, o sítio arquitetônico já foi considerado patrimônio histórico-cultural em nível municipal. O autor do projeto, deputado Queiroz Filho (PDT), explicou que, dos campos de concentração que foram erguidos no Estado, o de Senador Pompeu é o único que ainda possui edificações.
“Atualmente consiste em um canteiro de obras com 12 casarões, 160 casas de taipa e três casas de pólvora. Calcula-se que morreram cerca de 12 mil pessoas, mais da metade dos concentrados, tanto que foi criada a ‘Caminhada da Seca’, que reúne anualmente, desde 1982, mais de cinco mil pessoas”, frisou.
Segundo Queiroz, o reconhecimento reafirma a existência dos campos de concentração de retirantes no Ceará durante o período da grande seca de 1932. “A ausência de resquício físicos de tais campos em Fortaleza tende a relegar ao esquecimento esse difícil capitulo da nossa história. Temos exemplos que geraram duas comunidades, do Pirambu e do Alagadiço, e a favela dos Trilhos, que se desenvolveram de maneira desigual em relação a outras áreas da capital”, afirma.
Após aprovação na Casa, o projeto aguarda sanção da governadora Izolda Cela (PDT).