O debate entre candidatos ao Governo do Ceará desta segunda-feira, 12, realizado pelo O POVO foi marcado por troca de acusações entre os três principais concorrentes ao Palácio da Abolição. Enquanto Capitão Wagner (UB) era alvo dos adversários que o acusavam de participação em motins policiais, Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT) também trocavam artilharia com críticas aos apoiadores dos candidatos e ao histórico político deles.
Em tom apaziguador, Wagner voltou a dizer que “não cabe o radicalismo nem o ódio” e vai conversar com “o presidente que for eleito”, além de todos os prefeitos dos municípios cearenses, caso seja eleito. Com isso, voltou a ser relacionado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), por quem é apoiado. Elmano colou no deputado federal a falta de renda dos brasileiros na gestão federal.
“Não é ódio, é preocupação com você que está desempregado, com quem não tem renda e não pode, às vezes, pegar um ônibus para buscar um emprego, por causa do presidente que ele ajudou a eleger e a governar o Brasil”, disse o petista.
Os dois falavam sobre a proposta de gratuidade nas passagens de ônibus da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e ambos se comprometeram em estabelecer o serviço. Em retribuição, Wagner alertou o eleitorado sobre o risco de Elmano estar bem apadrinhado, mas ser “fraco” como governador.
“Padrinho político tá aqui no processo eleitoral, aparece na televisão, no rádio, vem pedir voto para o apadrinhado. Mas, passada a eleição, ele vai embora e, se o governador for fraco, quem vai ser vítima é você que não coloca em prática as suas ideias”, retrucou sobre o adversário que é apoiado principalmente pelo ex-governador Camilo Santana e pelo ex-presidente Lula, ambos do PT.
MOTINS POLICIAIS
Além dos motins policiais de 2012 e 2020, Roberto Cláudio também questionou a legalidade da proposta de Wagner em trazer o “padrão FBI” de segurança pública para o Ceará. O ex-prefeito chamou a ideia de fantasia mirabolante e acusou o adversário de fugir da explicação sobre o assunto.
“Olha a biografia do Capitão. Ele na verdade, participou de dois motins de polícia, foi vereador, deputado estadual e federal e o que é que concretamente fez pela segurança?” Em outro momento, Elmano disse “eu acho que ele se garante mesmo é em motim, afirmou sobre Capitão Wagner.” Enquanto Elmano acusou Roberto Cláudio de ingratidão ao governo de Camilo Santana, após os anos de parceria, quando os dois ocupavam o governo e a prefeitura de Fortaleza, Roberto Cláudio questionou a participação do ex-senador Eunício Oliveira (MDB) na campanha petista.
RC apontou a doação de R$ 500 mil de Oliveira para a campanha de Elmano, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e lembrou que o ex-congressista foi favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.
A ex-prefeita e a atual governadora voltaram a ser mencionadas neste que foi o terceiro debate entre os candidatos. Enquanto Elmano afirmou que RC teria sido o candidato escolhido pelo PDT por “oportunismo eleitoral” ao derrotar a gestora, o ex-prefeito acusou o petista de esconder a participação dele na gestão de Luizianne por ter sido um “fracasso na educação.”
O petista usou as considerações finais para lembrar que RC também já foi apoiado por Eunício, na campanha para a Prefeitura. O ex-prefeito voltou a falar em coerção de prefeitos e coronelismo, se referindo ao apoio de prefeitos à candidatura petista, enquanto Wagner finalizou a participação defendendo, novamente, uma campanha sem “ódio no coração e radicalismo.”