Eduardo Girão (Novo) é um dos três candidato à Prefeitura de Fortaleza do campo da direita. O senador disputa com deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) a preferência desse faixa do eleitorado da Capital. A composição, apesar do potencial de dividir o eleitor conservador e de direita, vem sendo tratado com tranquilidade pelos três postulantes. Em sabatina nos estúdios do OPINIÃO CE, o senador destacou ter projetos diferentes dos de André e Wagner.
“Capitão Wagner e André são amigos, pessoas com quem tenho consideração e tenho um diálogo muito bom. Agora, temos projetos muito diferentes. Têm convergências, mas são projetos diferentes”, destacou ele.
Ainda conforme o parlamentar, outro fator que o diferencia dos demais postulantes é o partido. Segundo Girão, ele, deliberadamente, escolheu “o caminho mais difícil” ao se filiar ao Novo em 2023. “Tive convites para ir para grandes partidos, mas escolhi o mais difícil, porque, se tem duas coisas basilares na política são a integridade e a coerência”. Conforme o parlamentar, a sua sigla tem coerência “no pensar, no falar e no agir”.
Girão destaca que os parlamentares filiados à legenda têm uma unidade “muito grande”. Uma das recomendações do partido, segundo o candidato, é o respeito ao dinheiro do contribuinte. “Eu, por exemplo, abri mão de carro com motorista, apartamento funcional, abri mão de plano de saúde vitalício, as pessoas nem imaginam que têm isso. Como eu ia estar olhando nos olhos do meu conterrâneo se não tivesse aberto mão disso?”, afirmou.
O senador teceu críticas ao União Brasil, partido de Wagner. “Com todo respeito: o União Brasil tem três ministérios no Governo Lula. Na Região Metropolitana de Fortaleza [RMF], está junto com o PT (ele faz referência ao apoio petista ao UB em Pacatuba e Maracanau). Como se justifica isso?”, questionou. Ele continuou, perguntando se o União Brasil participaria do “loteamento” das secretarias. “Vai lotear ou não, como é feito? Secretaria para tal, secretaria para tal. Já deu esse tipo de coisa. Cansou. Chega de politicagem”.
“Você não vai ver bandeira minha nas ruas, não vai ver carro de som meu. Nossa estrutura é bem pequenininha, que respeita o dinheiro do contribuinte”, pontuou, diferenciando sua candidatura das demais. “Você está vendo a candidatura dos outros, torrando [dinheiro], porque eles apostam na impunidade. É o ciclo da impunidade”, completou.
SAÚDE E SEGURANÇA
O plano de governo de Girão tem saúde, segurança e a geração de emprego como focos para a sua candidatura. Para a saúde, conforme o senador, caso eleito, serão feitas parcerias com clínicas e hospitais privados, visando ampliar os serviços de saúde à população. “No primeiro dia do Governo, vamos firmar como foi feito em São Paulo, o ‘sistema corujão’. Pegar o período da noite, que não é utilizado nesses hospitais e nessas clínicas, para colocar os exames em dia, fazer as consultas e as cirurgias”, explicou. “O fortalezense merece e tem direito a isso. (…) Para conseguir acesso à saúde aqui você precisa ter o vereador para fazer o intermédio. Isso é um desrespeito”.
Sobre segurança, o postulante destacou ser favorável à posse, mas contra à possibilidade de as pessoas andarem armadas nas ruas. Com o porte livre, conforme Girão, todo mundo viraria um potencial inocente para morrer. “Algo que poderia acabar em uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento], acaba num cemitério”. Apoiando a ampliação do armamento para a Guarda Municipal de Fortaleza (RMF), o candidato acredita que as guardas municipais devem ser transformadas em polícias municipais. No Congresso Nacional, tramita uma proposta para que isso seja possível.
“As polícias têm que ter armas, as mais potentes e têm que fazer blitz e busca e apreensão de armas ilegais. A polícia tem que ser valorizada sob todos os aspectos. Sinto que muitos candidatos não valorizam a Polícia Militar, a Polícia Civil. Na nossa gestão, eu vejo que todo mundo que trabalha na Segurança Pública tem que ser muito capacitado e valorizado”.
Como proposta para a área, o legislador quer que problemas pequenos sejam solucionados pela GMF. Girão destaca que 50% das ocorrências na Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) são por situações como embriaguez, desordem e briga por denúncia de som alto. “Vai ser resolvido só pela Guarda Municipal, os outros, que é o crime organizado expulsando famílias de casa, tomando areninhas, que é o que vemos hoje, escolas inteiras com medo por causa das facções criminosas, vamos deixar livre a Polícia Militar e a Polícia Civil para agir”.