Os técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) encontram a duas caixas-pretas, equipamentos que contém as gravações de dados e de voz da aeronave que caiu nesta sexta-feira (9) em Vinhedo, no interior de São Paulo e matou 61 pessoas, sendo quatro tripulantes e 57 passageiros. O material será encaminhado a Brasília para análise dos dados.
Segundo o chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, são dois gravadores. Um é o Cockpit Voice Recorder, que grava as vozes dos pilotos e todo o som da cabine, e o Flight Data Recorder, que grava informações técnicas como velocidade da aeronave, inclinação, se estava com os flaps ou o trem de pouso baixado.
“Isso é importante para a investigação, para gente conseguir reconstruir o acidente, de forma a entender aquela ocorrência para entregar a prevenção de acidentes e a segurança de transporte para a sociedade”, explicou o militar.
O brigadeiro do ar Marcelo Moreno informou que os dados serão analisados com a maior celeridade possível, mas a investigação sobre o desastre aéreo vai depender do estado em que os equipamentos foram encontrados.
“Depende do grau de destruição dos gravadores. Temos capacidade de fazer a extração estando os gravadores até muito danificados, mas depende de cada evento. Porventura, teremos que levar para o fabricante dos gravadores, nos Estados Unidos, pois temos grande necessidade de descobrir o que aconteceu. Não consigo dizer agora com quanto tempo isso irá acontecer”, informou Marcelo Moreno.
Atualmente, existem dois laboratórios no Hemisfério Sul com capacidade de analisar as caixas-pretas, um na Austrália e outro no Cenipa, em Brasília. O comando do Cenipa não adiantou quais seriam as causas do acidente. Marcelo Moreno informou que todas as informações sobre o voo serão analisadas para a elaboração do relatório final sobre o acidente.
“Tudo é muito importante para a nossa informação. A nossa investigação é integrativa e envolve fatores humanos, operacionais e materiais. Todas as informações, sejam elas de controle aéreo, de meteorologia, tudo será coletado na primeira fase para posterior análise dos dados”, destacou o chefe do Cenipa.
Cerca de 200 agentes de segurança permanecem no local da tragédia aérea, entre policiais militares, civis e federais, guardas municipais de Vinhedo, bombeiros militares, membros da Defesa Civil de Vinhedo e do estado de São Paulo.
Com informações da Agência Brasil.