Resgatada na última quarta-feira, 26, em Paracuru, a tartaruga-verde debilitada foi encaminhada ao Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), para receber tratamento de reabilitação. O animal, que possui 96 cm de comprimento de carapaça, pertence à espécie Chelonia myda e recebeu os primeiros cuidados no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), gerido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Semace), em Fortaleza.
Marina Lopes, gestora ambiental da Semace, enfatiza a importância de, ao encontrar um animal necessitando de auxílio, mantê-lo em um local sombreado e molhar sua carapaça, tomando o cuidado para não deixar a água alcançar suas narinas e, sobretudo, contatar os órgãos ambientais competentes. “Algumas pessoas têm a intenção de devolver o animal ao seu habitat, mas é fundamental ficar atento, pois se ele está encalhado, ele precisa de ajuda”.
Apesar de uma revisão dos grupos de especialistas ter retirado a tartaruga-verde da lista de espécies ameaçadas, classificando-a como quase ameaçada, sua sobrevivência ainda depende de medidas de conservação, conforme divulgado pelo Projeto Tamar em 2022. Agora, a equipe do PCCB trabalhará para garantir a reabilitação adequada desse exemplar e a possibilidade de seu retorno ao ambiente natural no futuro.
PROJETO
Este projeto realiza desde 1998 atividades de monitoramento de praias na Bacia Potiguar (RN/CE). Por meio do monitoramento, é possível realizar o registro de encalhes de tartarugas, aves e mamíferos marinhos e o registro de atividades reprodutivas de tartarugas marinhas. A parir do registro dos encalhes é possível então realizar o resgate dos animais vivos e encaminhar para reabilitação.
Segundo o projeto, todos os animais encalhados vivos, encontrados a partir do monitoramento ou notificação, são resgatados conforme protocolos específicos estabelecidos nacionalmente. De acordo com cada situação, são encaminhados a um Centro de Estabilização/ Reabilitação onde recebem cuidados veterinários. Quando os animais são considerados aptos à reintrodução na natureza, é realizada a soltura.
O projeto está envolvido em inúmeras outras atividades. Entre elas a capacitação técnica básica à diferentes setores envolvidos com praias; a participação em ações de extensão universitária; a realização de oficinas técnicas em eventos científicos e sensibilização ambiental por meio de palestras, oficinas, campanhas educativas e materiais informativos direcionados à comunidade.
Ainda conforme a Instituição, a equipe passa por constantes processos de nivelamento e capacitação técnico-cientifica em todas as vertentes de atuação, buscando trazer profissionais de referência nacional e internacional para manter equipe atualizada, em configurações que vão desde Workshops a cursos completos.