Voltar ao topo

13 de outubro de 2024

Sob ataque de Bolsonaro, carta pela democracia supera 800 mil de adesões

Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe d'Avila (Novo) assinaram o documento
Foto: Alan Santos/PR

Compartilhar:

A carta pela democracia, organizada na Faculdade de Direito da USP, passou a marca de 800 mil assinaturas nesta terça-feira, 9, dois dias antes de sua apresentação em ato no Largo de São Francisco, na capital paulista. Com o aumento das adesões, o presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou seu discurso contra o documento e voltou a citá-lo durante evento na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta segunda-feira, 8. Para o chefe do Executivo, os banqueiros precisam julgá-lo pelas suas ações e não por meio de assinaturas em “cartinhas”.

“Vocês têm que olhar na minha cara, ver minhas ações e me julgar por aí. Não assinar cartinha, não vai assinar cartinha”, afirmou Bolsonaro. “Quem quer ser democrata não tem que assinar cartinha, não”, reiterou.

O chefe do Executivo ainda afirmou que nunca agiu contra a democracia. “Mandei prender deputado?”, questionou, em nova crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou prisão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) por ataques à democracia. O parlamentar, contudo, recebeu perdão presidencial em menos de 24 horas após ser condenado pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão. “Onde está a ditadura? Está no Executivo?”, seguiu Bolsonaro.

Na última quarta-feira, 3, Bolsonaro afirmou, durante culto evangélico no auditório da Câmara dos Deputados, que quem assinou a carta não tomou posição nas restrições sanitárias impostas por governadores no auge da pandemia de covid-19. “Vocês todos sentiram um pouco do que é ditadura. E nenhum daqueles que assinam cartinha por aí se manifestaram naquele momento”, afirmou o presidente, que ainda critica as medidas de restrição adotadas por governos estaduais para conter o avanço do coronavírus.

A carta pela democracia é uma reação aos ataques ao processo eleitoral feitos pelo presidente. A expectativa é que artistas populares que assinaram o manifesto também passem a engajar seus públicos, o que pode acelerar a marca de 1 milhão de assinaturas até o dia 11 de agosto, data em que será realizado ato na Faculdade de Direito da USP.

Os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe d’Avila (Novo) assinaram o documento logo após seu lançamento. Nesta segunda, 8, após ser cobrado por apoiadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua esposa, a socióloga Rosângela “Janja” da Silva, também endossaram o movimento.

Estadão Conteúdo

[ Mais notícias ]