A mdebista Simone Tebet oficializou, nesta quarta-feira, 5, o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa em segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL). Tebet foi a terceira colocada na disputa de 1º turno, com mais de 4,9 milhões de votos válidos. Também nesta quarta, o MDB anunciou, por meio de nota, que não vai apoiar oficialmente nenhum dos dois candidatos e liberou os correligionários. Pouco depois do resultado do 1º turno, no domingo, 2, Simone sinalizou que apoiaria Lula.
“Em face de tudo que testemunhamos no Brasil, nos últimos tempos, e do clima de polarização e de conflito que marcou o primeiro turno, não estou autorizada a abandonas as ruas e as praças enquanto a decisão soberana do eleitor não se concretizar“, iniciou a senadora. “Ainda que mantenha as crítricas que fiz ao candidato Lula, voto porque reconheço o seu compromisso com a democracia e a constituição e desconheço do atual presidente”, declarou.
Ainda em fala à imprensa, Simone afirmou que mantém críticas aos dois candidatos, mas que não manterá a neutralidade. “Critiquei os dois candidatos que disputarão o 2º turno e continuo a reiterar as minhas críticas, mas pelo amor que tenho pelo Brasil, à democracia e à constituição, pela coragem que nunca me faltou, peço desculpas aos meus amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste 2º turno preocupados com eventual perda de algum capital político para dizer que o que está em jogo é muito maior do que cada um de nós”.
Em pronunciamento no último domingo, 2, Simone afirmou que não se omitiria no 2º turno e que sua decisão já estava tomada. “Tenho lado e vou me posicionar no momento certo. É importante que a gente durma e olhe o resultado na urna. Este é muito mais que qualquer momento, é um momento de decisão e ação. Vou sempre estar do lado do povo brasileiro”, disse na ocasião.
Inclusão de propostas
Tebet terminou o primeiro turno do último domingo, 2, como a terceira colocada na disputa, com 4,2% dos votos. O apoio dela já era esperado pela campanha. Contudo, o MDB decidiu deixar livre os diretórios estaduais para decidirem seus alinhamentos. No pronunciamento, Simone explicou que pediu a incorporação no programa de Lula de cinco propostas dela para o governo e disse que estará em campanha nas ruas até o dia 30 de outubro, data de realização do segundo turno.
A senadora afirmou ter pedido ao candidato do PT a inclusão de propostas que pretendem zerar a fila de vagas em creches e escolas para crianças, a implementação do ensino médio técnico em tempo integral, a proposta de poupança de R$ 5 mil para formandos no ensino médio, zerar a fila de procedimentos na saúde e aumentar repasses ao Sistema Único de Saúde, soluções para o endividamento das famílias, sancionar lei que proponha a igualdade de salário entre homens e mulheres e o compromisso com uma composição ministerial “plural”.
Tebet criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição que enfrenta Lula no segundo turno. A emedebista disse que, nos últimos quatro anos de governo Bolsonaro, o país foi “foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças”. E lembrou o atraso na compra de vacinas contra a Covid-19.
“A negação atrasou a vacina. A arma ocupou o lugar do livro. A iniquidade fez curvar a esperança. A mentira feriu a verdade. O ouvido conciliador deu lugar à voz esbravejada. O conceito de humanidade foi substituído pelo de desamor. O Brasil voltou ao mapa da fome. O orçamento, antes público, necessário para servir ao povo, tornou-se secreto e privado”, declarou.
Ela concluiu a mensagem dizendo fazer preces por uma campanha de paz. A aliança entre Tebet e Lula foi selada nesta quarta-feira, em almoço com Lula. Mais cedo, a senadora havia publicado foto ao lado de Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice do petista, na qual os dois seguravam o plano de governo dela. Antes mesmo do início da campanha, a parlamentar do Mato Grosso do Sul já havia dito que, em eventual segundo turno entre o ex-presidente e o atual mandatário, ela não votaria em Bolsonaro.