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26 de abril de 2025

Ceará registra mais de 2 mil ocorrências de queimadas no último trimestre, aponta CBMCE

Até o momento, o mês com menos episódios registrados foi abril, com somente oito, quantidade inferior também ao mesmo mês no ano passado
Foto: Divulgação/Governo do Estado

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De acordo com dados parciais do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), no segundo semestre deste ano, foram registradas 2.191 ocorrências de queimadas no Estado. Dentro do total, estão incluídos os meses de julho, agosto e setembro. A somatória é mais de nove vezes maior que o número registrado no primeiro semestre de 2022. Setembro é o mês que mais teve casos, com 1.170. Apesar disso, o nono mês deste ano teve menos ocorrências em comparação com o mesmo período em 2021, que contabilizou 1.225 focos.

Até o momento, o mês com menos episódios de queimadas registrados foi abril, com somente oito, quantidade inferior também ao mesmo mês no ano passado, quando os bombeiros atenderam a 70 chamados de incêndio em áreas verdes no Estado. Informações do Corpo de Bombeiros indicam que, até setembro deste ano, o Ceará teve 2.423 ocasiões de focos, número quase duas vezes menor do que o contabilizado até setembro de 2021.

ANOS ANTERIORES

Apesar do número alarmante, a quantidade de queimadas neste ano é menor até mesmo que em anos anteriores a 2021. Em 2020, durante o primeiro semestre, foram registradas 312 ocorrências no Estado. A partir de julho, até dezembro, os números subiram de maneira súbita, e o ano terminou com 6.813 incêndios florestais registrados. Em 2019, os primeiros meses do ano também registraram 312 casos. Contudo, no segundo semestre, o Ceará terminou com 5.785 ocorrências de queimadas.

No recorte entre 2019 e 2021, os meses de agosto, setembro e outubro sempre terminaram com mais de 1.000 focos de chama detectados. O período com os números mais preocupantes foi setembro do ano retrasado, quando foram anotados 1.697 queimadas.

CAUSAS DO AUMENTO

O aumento do número de queimadas no Estado no segundo semestre de todos os anos é explicado pelo “efeito dos 30.” No Ceará, excepcionalmente entre os meses de julho e dezembro, os ventos ultrapassam os 30 km/h, a temperatura fica acima de 30°C e a umidade abaixo de 30%, o que torna mais fácil a propagação de incêndios em áreas florestais, explica Giuliano Rocha, tenente coronel dos Bombeiros, ao OPINIÃO CE.

O tenente indica que a diminuição da ocorrência de queimadas no Ceará este ano se deve principalmente ao prolongamento da quadra chuvosa, o que favoreceu a eliminação do fogo em muitos focos. Contudo, o Estado ainda se encontra dentro do efeito climático dos “30”, e o crescimento na quantidade de casos é natural e esperado pelos Bombeiros.

Dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam que, em 2022, faltando ainda dois meses para o fim do ano, a média de chuvas no Estado é consideravelmente maior que a de 2021. Municípios como Caucaia e Maracanaú, que fazem parte da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), estão com média superior a 1.600 milímetros até outubro deste ano. No ano passado, Caucaia terminou com 987,5 milímetros observados, e Maracanaú com 1.055.

A Capital, região também afetada por muitas queimadas, teve, no ano passado, média observada de 1.239,5 milímetros. Este ano, a cidade já registra média superior a 2.140 milímetros.

Rocha aponta também que, em áreas florestais próximas a perímetros urbanos, a principal causa das queimadas é a ação humana. “O descarte inadequado do lixo é um dos motivos da origem desses incêndios. As pessoas acabam ateando fogo com o objetivo de eliminar os entulhos e essas chamas acabam saindo do controle. A limpeza de terrenos baldios por meio da queima do solo também ocasiona em possíveis chamas que só podem ser contidas pelos Bombeiros. Piqueniques, passeios e churrascos em áreas de vegetação também são causas comuns.”

O oficial afirma que, nas áreas de roça, as queimadas clandestinas, sem a autorização prévia do município, para a preparação do solo, são as principais razões para incêndios que saem de proporção.

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