Sete trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão na produção da carnaúba, em Pacujá, no Interior do Ceará. O resgate foi realizado na última sexta-feira (10) por auditores do Ministério do Trabalho. Os trabalhadores são naturais de Uruoca e atuavam na extração da palha e do pó da carnaúba. Eles não tinham carteira de trabalho assinada, trabalhavam sem fornecimento de EPI, sem exames médicos, sem instalações sanitárias, sem fornecimento de água potável e dormiam em alojamentos de “condições precárias”.
Os auditores que realizaram o resgate constataram que o alojamento disponibilizado pelo empregador como dormitório para os empregados era utilizado para depósito do pó da carnaúba. Alguns trabalhadores dormiam na parte interior da casa ao lado de sacas de pó, já outros, por falta de espaço, dormiam no alpendre do prédio. Além disso, o local não dispunha de água potável nem banheiros, com isso, os trabalhadores precisavam utilizar área de mato para as necessidades fisiológicas. Eles tomavam banho em um açude nas proximidades.
Conforme o Ministério do Trabalho, foi garantido o pagamento das verbas rescisórias, no valor de R$ 20.672,40, para os sete trabalhadores resgatados. Os funcionários também receberão três parcelas do seguro desemprego. Somente entre janeiro e novembro deste ano, os auditores fiscais do Ministério do Trabalho resgataram 32 trabalhadores de situação similar.