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18 de março de 2025

Sertão Central recebe projeto que ensina as comunidades a “criarem seus próprios filmes”

A II Residência em Audiovisual do Cinema Instantâneo busca destacar a riqueza cultural e o potencial criativo do território e de seus agentes locais com a formação de novos agentes culturais no audiovisual
A iniciativa é voltada para pessoas a partir de 16 anos, especialmente aquelas que ainda não tiveram acesso a meios de produção cinematográfica. Foto: Douglas Magalhães

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Contemplando desde a criação de roteiros até a produção, direção, sonorização e edição de filmes, a II Residência em Audiovisual do Cinema Instantâneo, um projeto inovador de formação em audiovisual, chega ao Sertão Central. A iniciativa acontece no distrito de Mineirolândia, em Pedra Branca, entre janeiro e maio de 2025, e é voltada para pessoas a partir de 16 anos, especialmente aquelas que ainda não tiveram acesso a meios de produção cinematográfica. As inscrições seguem abertas e podem ser realizadas por meio de formulário eletrônico. 

Para a coordenadora executiva da Casa de Saberes Cego Aderaldo, Michelle Maciel, a Residência é uma grande oportunidade para quem tem interesse em conhecer e se conectar com um cinema acessível, de maneira prática.

“O projeto ensina a comunidade a produzir seus filmes, contar suas histórias e fortalecer uma política audiovisual no território, engajando pessoas de todas as idades e mostrando que é possível fazer cinema de qualidade com conhecimento e poucos recursos”, destacou a gestora.

Destacar a riqueza cultural e o potencial criativo do território e de seus agentes locais é um dos objetivos da iniciativa, com a formação de novos agentes culturais no audiovisual. Na abertura da residência, será realizada uma sessão especial do Cine Beija-Flor, com uma mostra de filmes produzidos pelo Cinema Instantâneo, pela Escola de Cinema do Sertão e por outras produções da região do Sertão Central do Ceará. A programação inclui ficção, animação e documentário.

PROJETO

A primeira edição, realizada em 2022, foi marcada pela parceria com a Escola de Cinema do Sertão e a Prefeitura Municipal de Pedra Branca, além do apoio institucional da Casa de Saberes Cego Aderaldo. As experimentações resultaram em dois filmes “Amaná” e “Alienígena”, desenvolvidos em colaboração com os participantes. Ambas as produções foram reconhecidas no circuito cinematográfico nacional, recebendo prêmios e elogios.

O projeto é apoiado peça Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e do Ministério da Cultura. Conta também com o apoio cultural da Prefeitura Municipal de Pedra Branca e da Casa de Saberes Cego Aderaldo, espaço da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM).

O Cinema Instantâneo trata-se de um movimento coletivo que explora práticas e abordagens socioeducativas para produzir cinema de qualidade. O projeto promove a difusão da linguagem audiovisual nas regiões interiores do Brasil por meio de oficinas formativas e da realização de filmes em parceria com a população local. Em seis anos, em seis estados brasileiros, foram produzidos 32 curtas-metragens e quatro longas-metragens. Jovens cineastas estrearam na direção de seus primeiros curtas, enquanto dezenas de pessoas tiveram sua primeira experiência como membros da equipe técnica ou como atores. Os filmes do Cinema Instantâneo já acumulam mais de 300 seleções em festivais.

CASA DE SABERES CEGO ADERALDO

É um espaço do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult Ceará), que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (Rece), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). Localizado em Quixadá, o equipamento é dedicado à valorização e difusão das manifestações artísticas e culturais do Sertão Central, promovendo ações que dialogam com a memória, a diversidade e a ancestralidade. Por meio de projetos educativos, exposições, oficinas, shows e eventos culturais, a Casa atua como um espaço de encontro, aprendizado e celebração das expressões populares, contribuindo para o fortalecimento da identidade cultural da região e a formação de novos agentes culturais.

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