A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (8), convites para que compareçam ao colegiado da Comissão de Relações Exteriores (CRE) o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Os dois são os principais interlocutores do governo brasileiro sobre assuntos internacionais. “Estamos dispostos a fazer o convite para que o embaixador Celso Amorim compareça, na próxima semana, exatamente na quinta-feira (15), e o ministro Mauro Vieira virá na sequência. Nós ficamos apenas de combinar com o ministro e com os senadores uma data”, anunciou o presidente da CRE, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O Brasil tem dialogado cautelosamente sobre a crise instaurada na Venezuela após as eleições presidenciais do dia 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país deu a vitória para Nicolás Maduro por 51,95% dos votos, contra 43,18% do 2º colocado, o opositor Edmundo González. O CNE, porém, não tornou públicos os dados de cada uma das mais de 30 mil mesas de votação, como determina a legislação da Venezuela. A oposição questionou os dados e apresentou supostas atas eleitorais que mostram que Edmundo teve mais de 60% dos votos. Devido aos acontecimentos, o Senado se viu na necessidade de exigir um posicionamento do Brasil, por conta do histórico da boa relação do Presidente Lula com o, até então, eleito Presidente da Venezuela.
Os requerimentos foram apresentados pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Tereza Cristina (PP-MS). No caso do Amorim, o requerimento apresentado pela senadora Cristina era para convocação do embaixador. Diferentemente do convite, a convocação cria a obrigação da pessoa comparecer à sessão. Porém, um acordo foi costurado para trocar a convocação pelo convite.