Atrás de Lula (PT) e Bolsonaro (PL), dono de 15 milhões de votos com os 9%, segundo o Ipespe, e com 8% conforme a pesquisa Ibope, Ciro Gomes (PDT) oficializa nesta quarta-feira, 20, a partir das 16 horas sua candidatura à Presidência da República.
A homologação acontece na convenção nacional do partido, em Brasília. Sem vice, Ciro é o primeiro presidenciável que lançará oficialmente a candidatura ao Planalto. Em suas redes sociais, Ciro Gomes, que concorre à cadeira pela quarta vez, comenta o lançamento.
“Estamos há poucas horas da largada oficial de uma candidatura movida pela esperança, pela rebeldia e por um projeto nacional de desenvolvimento. Eu tenho convicção, mais do que nunca, nós vamos mobilizar o Brasil. Estamos há 75 dias do primeiro turno. Não dá mais para adiar a reflexão do Brasil que vai sair nas urnas”, disse o presidenciável na abertura de seu programa Ciro Games, na noite desta terça-feira, 19.
Após ter sido ultrapassado na corrida ao primeiro turno em 2018 por Fernando Haddad (PT), o pedetista atualmente tem apostado em uma estratégia de enfrentamento aos dois líderes nas pesquisas. Seu partido, o PDT, tem tido dificuldades de fechar palanques estaduais e acordos com outros potenciais postulantes ao Planalto, com risco de lançar uma chapa pura para a campanha presidencial.
Pesquisa
A pesquisa “A cara da democracia”, elaborada pelo Instituto da Democracia (INCT/IDDC), registrou que 36% dos eleitores disseram não gostar de Ciro Gomes (PDT) “de jeito nenhum”, enquanto que apenas 10% das pessoas ouvidas manifestaram avaliações positivas ao pré-candidato do PDT.
De acordo com a sondagem realizada pelo O GLOBO, os entrevistados indicaram sua disposição para votar em Ciro com base em uma escala de 1 (“não gosto de jeito nenhum”) a 10 (“gosto muito”). Na soma, as pessoas ouvidas disseram “não gostar” e “não gostar de jeito nenhum.”
A rejeição do pedetista chega a 53%. Cerca de 30% das pessoas ouvidas pela pesquisa demonstraram neutralidade em relação ao ex-ministro. Apenas 3% dos entrevistados afirmaram “gostar muito” de Ciro Gomes. A pesquisa A cara da democracia, registrada no TSE com o número BR-08051/2022, ouviu 2.538 eleitores em 201 cidades no mês de junho. A margem de erro é de 1,9 ponto percentual e o índice de confiança é de 95%.
Trajetória política
Ciro Ferreira Gomes tem 64 anos e nasceu em Pindamonhangaba (SP) em 6 de novembro de 1957. Aos 4 anos, mudou-se com sua família para Sobral, no Ceará, onde cresceu e construiu sua carreira política.
Foi deputado estadual por duas legislaturas no Ceará (1983 a 1989), prefeito de Fortaleza (1989 a 1990) e governador do Ceará (1991 a 1994). Como ministro da Fazenda no governo Itamar Franco (1994), ajudou a consolidar o Plano Real e, como ministro da Integração Nacional no governo Lula (2003 a 2006), elaborou o projeto da Transposição do rio São Francisco e viabilizou a sua implantação. O seu último mandato político foi o de deputado federal, entre 2007 e 2011, para o qual foi eleito com a maior votação proporcional do Brasil.
É também professor universitário, advogado, vice-presidente nacional do PDT e autor de quatro livros. O último, Projeto Nacional: O Dever da Esperança, lançado em 2020, chegou a ser o mais vendido do país e foi indicado ao Prêmio Jabuti, na categoria Ciências Sociais.
Ciro Gomes faz um diagnóstico da crise brasileira atual e apresenta a sua proposta para sair dela, por meio de um projeto nacional de desenvolvimento.