O secretário municipal da Proteção Animal, Apollo Vicz, utilizou suas redes sociais, na última sexta-feira (18), para falar sobre o Sistema de Cadastro Nacional de Animais Domésticos (SinPatinhas), nova política do governo federal lançada na quinta-feira (17). Conforme o titular da pasta, a medida não contempla os animais em situação de rua, que, segundo o gestor, representam o principal problema da causa animal, e não é tão eficaz para os pets tutorados.
“De que forma esse cadastro nacional, que não é obrigatório, é voluntário, ampara os animais que vivem em situação de rua, que é onde está o foco do problema? Onde eu acho que todo mundo deveria estar focando agora. Mas, pelo que eu posso perceber, preferem sempre olhar apenas para animais tutorados. Porque só vai beneficiar animais tutorados, e nem isso”, afirmou Apollo Vicz.
O SinPatinhas, que está em operação na conta Gov.br, recebe informações dos tutores e dos animais. Com o cadastro realizado, os responsáveis pelos cães e gatos recebem informações sobre campanhas públicas de castração, vacinação e microchipagem em sua região. Além disso, o sistema emite um código de identificação (QR Code) que visa identificar cada animal. O ativista da causa animal explicou que essa medida nem sempre será eficaz, visto que existem formas de burlar o sistema.
“Você acha mesmo que a pessoa que vai abandonar um animal vai cadastrar esse animal no SinPatinhas e colocar um QR Code na coleira para, depois, você encontrar e denunciá-lo? Não faz sentido”, questionou o secretário.
Além da situação dos animais abandonados, ele falou sobre animais que possam se perder de seus tutores e serem encontrados por outras pessoas. “Eu não quero generalizar, porque existem pessoas de boa índole que, se encontrassem o seu cãozinho, devolveriam, sim, mas a gente sabe que, na maioria das vezes, não acontece dessa forma”, disse.
Com a experiência de ter crescido em meio à causa animal e de ter gerido o Abrigo São Lázaro, uma das maiores ONGs de animais em Fortaleza, Apollo indicou que a microchipagem obrigatória de todos os bichos seria a melhor solução. O secretário ainda falou que as políticas voltadas para animais precisam passar por uma elaboração melhor. “O problema é que parece que esses representantes não são assessorados tão bem quando falamos de proteção animal. A proteção animal não é só ir a um evento de adoção e adotar um cachorro e ter um cachorro em casa. Vai muito além disso”, destacou o ativista da causa animal.
Sendo uma das políticas públicas mais votadas no Plano Plurianual (PPA) Participativo, a criação do SinPatinhas e o Programa Nacional de Proteção e Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (ProPatinhas) mostram a ampla demanda da sociedade por ações estruturantes na área de proteção animal. O ProPatinhas visa promover o controle populacional ético de cães e gatos, realizando a castração e a implantação de microchip em cães e gatos para identificação individual.