A deputada estadual licenciada e atual secretária das Mulheres, Lia Gomes (PSB), falou sobre o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) que solicita a cassação do mandato do prefeito de Sobral, Oscar Rodrigues (União Brasil), e de sua vice, Dra. Imaculada (MDB). O pedido também requer a inelegibilidade dos dois por oito anos. Lia, adversária política do gestor, afirmou que, se as provas forem levadas em consideração, “não tem escapatória”.
Segundo a parlamentar, o parecer do MPE “é muito claro” e fala em “vastas provas”. A acusação da coligação que apoiou a então candidata a prefeita Izolda Cela (PSB) é de que o prefeito, ainda como candidato, teria abusado da utilização de uma rádio local, a Rádio Paraíso FM, que possuiria ligação familiar com Oscar por meio da sua nora. “Se você se der o trabalho de ler o parecer do Ministério Público, ele é muito claro, fala em vastas provas”, disse Lia, que também comentou sobre a ligação familiar.
Em sua fundamentação, a promotora de Justiça Eleitoral Karina Mota Correia destaca que há “provas suficientes” de que a rádio “extrapolava os limites do debate político”. Ela ressaltou, ainda, que há, realmente, a configuração de vínculo familiar entre Oscar e a sócia do veículo de transmissão.
“Todo mundo em Sobral sabe que a Rádio Paraíso pertence ao Oscar. No contrato, está como diretora-presidente a nora dele. Possuem muitas provas de que foi uso indevido, abusivo”, pontuou Lia, comentando sobre o caso.
A titular da Secretaria das Mulheres ressaltou, no entanto, ser “um pouco descrente” com a Justiça. Ainda assim, ela destaca que o parecer é “inquestionável”. A deputada, inclusive, negou que haja perseguição à gestão municipal. “Não respeitam a Lei e depois querem atribuir a uma perseguição por parte da gente”, disse. Lia é irmã do senador Cid Gomes (PSB), um dos líderes políticos da família sobralense Ferreira Gomes, que governava a cidade há mais de duas décadas antes da eleição de Oscar.