Na última semana, em jogo válido pela Liga Europa, o brasileiro Antony, agora no Manchester United-ING, fez uma de suas jogadas características, o chamado drible 360º. O vistoso lance chamou atenção não apenas da torcida, mas de um ídolo dos “Red Devils”. Paul Scholes, ex-volante, definiu a jogada como “ridícula” e “exibicionismo.” Bem, é verdade que, no lance em questão, o ponta brasileiro acabou errando o passe na sequência, e o movimento não teve efetividade. Mas será que palavras tão duras são merecidas? Depois do jogo, ao ser questionado por um repórter, o técnico do Manchester, Ten Hag, pontuou. “Não tenho problema (com o drible), desde que seja funcional. Se é só um truque sem propósito, vou corrigi-lo.” Me parece que a postura do treinador é mais sensata e bem menos carregada de um certo rancor que engorduram as críticas de Scholes. Não foi a primeira vez que o ex-volante teceu críticas a Antony, e já definiu o brasileiro como “jogador de uma jogada só”. Scholes não tinha a ginga e o drible como habilidades mais apuradas. Nele sempre se sobressaíram a força e a consciência tática, uma característica do futebol inglês. É notória a má vontade de alguns personagens das clássicas escolas europeias com o chamado “futebol arte”. Já tratei aqui neste mesmo espaço sobre casos em que a arbitragem do Velho Continente puniu jogadores como Lucas Paquetá e Neymar com cartão amarelo apenas por driblar. Não é possível que percamos parte importante da magia do futebol por uma antipatia invejosa de quem não tem as ferramentas para se destacar dessa forma. Sim, o futebol hoje é mais físico, brigado, tático e com espaços diminutos, mas é preciso que haja lugar para a magia, que também aguça o encantamento do torcedor. O que diria Scholes de Garrincha? Imagine se Ronaldinho Gaúcho estivesse surgindo nesta época com a camisa do Manchester. No fim de tudo, é mais uma vez “Narciso achando feio o que não é espelho”.
Governo Federal afasta cerca de 4,5 mil crianças do trabalho infantil em dois anos
Deputados federais reforçam gravidade do problema, ressaltam longevidade política e enfatizam a importância da fiscalização para afastar crianças e adolescentes de atividades insalubres