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15 de outubro de 2024

Brasil confirma primeiros casos da “varíola dos macacos” em crianças

Em uma semana, o País registrou um crescimento de 65% nas notificações da doença
Imagem: iStock

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O Brasil confirmou, nesta sexta-feira, 29, os primeiros registros da varíola dos macacos (monkeypox) em crianças. Os pacientes são do município de São Paulo, conforme informações da Secretaria Municipal da Saúde da cidade paulista. Todas estão em monitoramento, sem sinais de agravamento. O Ceará tem quatro casos confirmados da doença. Todos são adultos e residem em Fortaleza (sexo masculino, 35, 26 e 30 anos) e Russas (sexo masculino, 43 anos).

Conforme a Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, o Ceará vem apresentando aumento significativo no número de registros da doença nas últimas semanas.

Emergência

No último sábado, 23, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global. A entidade levou em consideração o cenário “extraordinário” da doença, que já chegou a mais de 70 países. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, com a nova realidade internacional, “busca-se aumentar a coordenação entre os países e reforçar os mecanismos de busca ativa, com o objetivo de implementar medidas que ajudem a conter a circulação do vírus”.

Desde os primeiros alertas da OMS para a doença, a secretaria afirma que instituiu protocolos para toda a rede pública e privada para o atendimento dos casos suspeitos. O órgão mantém operação de atendimento, diagnóstico e monitoramento. Conforme a pasta, a rede pública conta com insumos para coleta de amostras das lesões cutâneas (secreção ou partes da ferida seca) para análise laboratorial.

“O atendimento para os casos suspeitos de monkeypox está disponível em toda a rede municipal de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), pronto-socorros e pronto atendimentos “, acrescentou a secretaria, em nota.

Em uma semana, o Brasil registrou um crescimento de 65% nas notificações de varíola dos macacos. Na quarta-feira, 27, os registros chegaram a 978 casos confirmados, conforme dados do Ministério da Saúde. Há uma semana, eram 592. São Paulo é o Estado com mais registros (744), seguido do Rio (117) e de Minas Gerais (44).

Transmissão e sintomas

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas.

O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.

Prevenção

Segundo o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas. A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com países onde foram relatados casos da doença viral.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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