Na sessão desta quarta-feira, 29, na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFOR), o vereador Ronivaldo Maia (sem partido) comunicou que não entrará com recurso na direção nacional do PT contra sua expulsão decidida pelo PT Ceará na última semana. No dia seguinte à decisão, o OPINIÃO CE conversou com o advogado do parlamentar no processo disciplinas dentro da legenda, Deodato Ramalho, que informou que o orientaria a recorrer.
Contudo, Ronivaldo disse que não queria “medir forças” com o partido e encerrar de vez esse capítulo. “Mesmo não concordando com a decisão do PT, não vou recorrer, não é minha intenção medir forças com o partido. Continuarei tendo no PT a mais respeitosa referência e reafirmo a minha tarefa militante de trabalhar incansavelmente para eleger Lula presidente”, disse, em discurso no “pinga fogo” em plenário.
O vereador tinha uma trajetória de quase quatro décadas no partido, que se encerrou de forma definitiva na última quarta-feira, 22, quando o diretório estadual do PT determinou a sua expulsão. Ronivaldo estava suspenso do partido desde dezembro do ano passado, após vir à tona suposta tentativa de feminicídio. Na ocasião, o presidente do PT Ceará falou que seu voto desempatou a decisão no júri – foram 27 votos a 26.
“Diretório acolheu o parecer, que ainda está em segredo de Justiça, mas a decisão é pela expulsão. Não foi uma decisão fácil, dividiu o partido, que sangrou muito nesse processo todo. O diretório reconheceu que houve a infração e que essa infração é sujeita a expulsão”, disse Antônio Filho (Conin).
Amparo de colegas
Após Ronivaldo anunciar sua decisão de seguir sem filiação, outros vereadores presentes na sessão – incluindo membros da base e da oposição – manifestaram-se a favor do vereador.
Um deles foi Sargento Reginauro (UB), que disse esperar “que a Justiça traga a verdade à tona”. Bruno Mesquita (Pros) afirmou que a expulsão atende a objetivos eleitoreiros de quem quer “ser deputado estadual em cima ” dos votos que Ronivaldo teria na disputa ao cargo de deputado estadual.
“O PT você não perdeu, você se livrou”, declarou, também, Marcelo Lemos (UB). Carlos Mesquita (PDT) seguiu o apoio dizendo que “na política, todos os amigos são falsos e todos os inimigos são verdadeiros”.