Reunião de nomes do partifo no Estado está marcado para esta manhã, na Assembleia Legislativa. Expectativa é de presença, entre outros nomes, do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab
Rodrigo Rodrigues
rodrigorodrigues@opiniaoce.com.br
Nomes colocados como pré-candidatos do PDT ao Governo do Ceará nas eleições de outubro próximo participam, nesta sexta-feira, 4, de encontro promovido pelo PSD na Assembleia Legislativa do Ceará com a presença do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab.
Como adiantado na edição desta quinta, 3, do OPINIÃO CE, a sigla projeta conquistar, neste ano, 13 vagas somando Câmara Federal e Assembleia Legislativa do Ceará. Os nomes também devem ser apresentados hoje, um dia após o início da janela partidária, para evitar divergências dentro da agremiação, como apurado pela reportagem junto a correligionários.
A reportagem entrou em contato com as assessorias dos quatro pré-candidatos do PDT ao Governo do Estado. Até o fechamento da edição, haviam confirmado presença o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), e o deputado federal e ex-secretário Mauro Filho (PDT). A assessoria da vice-governadora Izolda Cela afirmou, às 17h02 de ontem, não constar nada em sua agenda.
Já a assessoria do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), não retornou até o fechamento. O presidente estadual do PSD no Ceará e ex-vice-governador do Estado, Domingos Filho, no entanto, afirmou à reportagem que todos os nomes receberam convites e devem estar na cerimônia.
O PSD tem mantido perfil pragmático no Ceará e buscado encorpar seu grupo, forte principalmente em municípios do Interior do Estado. Nas últimas eleições para cargos executivos, em 2020, o partido conquistou 28 prefeituras, segundo maior grupo à época, atrás apenas do PDT (66).
Em janeiro último, no entanto, o PT, que havia eleito 17 prefeitos, incorporou mais 12 nomes. O convite aos pré-candidatos do PDT pode sinalizar um possível apoio do partido ao bloco governista, hoje liderado pelo petista Camilo Santana, que deve deixar o Executivo em abril para concorrer ao Senado.
Internamente, no entanto, o partido tem adotado cautela. Domingos Filho afirmou, em entrevista à reportagem, que a definição se dará em julho ou agosto, “quando as chapas e as questões são devidamente estabelecidas.” No PDT, o clima quanto ao nome que representará a sigla nas eleições para governador ainda é de indefinição. Em entrevista à uma rádio no Ceará, no último mês, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que o governador cearense tem autonomia na escolha de seu sucessor.
MOVIMENTAÇÃO NAS ÚLTIMAS SEMANAS
Nas últimas semanas, Camilo Santana tem feito acenos mais fortes à vice-governadora Izolda Cela. O nome tem ‘simpatia’ dentro do partido, termo usado por lideranças petistas ouvidas pela reportagem. O deputado Evandro Leitão é outro que aparece com frequência ao lado do governador, visto como perfil moderador e que faz bom trabalho à frente da Assembleia Legislativa.
Mauro Filho, por sua vez, ex-titular da Seplag, foi o responsável pelo elogiado modelo financeiro do Ceará desde a gestão Cid Gomes. O deputado deixou a pasta em dezembro último com o maior investimento nominal da história do Estado – R$ 3,5 bilhões. Ontem, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), sinalizou de forma mais clara sua preferência ao nome de Roberto Cláudio à sucessão ao Governo do Estado.
“Hoje, o melhor nome do PDT, que tem juventude, experiência e conhece o Ceará, é do Roberto Cláudio”, disse Sarto, em entrevista coletiva. Esta é a primeira declaração pública do prefeito sobre a sucessão ao governador Camilo Santana. O presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo, comentou que este é um “posicionamento pessoal”.
“É um posicionamento pessoal do Sarto e que precisa ser respeitado. Ele tem uma dívida de gratidão com o ex-prefeito Roberto Cláudio […]. Ele [Sarto], como prefeito de Fortaleza e sucessor de Roberto, tem todo o direito de externar seu posicionamento, assim como outros também podem declarar opção por Izolda, Evandro ou Mauro Filho. É legítimo de todo filiado do partido, mas ainda não houve nenhuma definição”, disse ao OPINIÃO CE.