O deputado estadual Felipe Mota (União) se encontrou com o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), e os três deputados pedetistas – de um total de 12 do partido – que apoiam RC. O encontro aconteceu no gabinete de Antônio Henrique (PDT). Segundo Mota, ao OPINIÃO CE, foram discutidos assuntos como o orçamento do Estado para 2024, o endividamento do Ceará entre os anos de 2020 e 2024, a seca e os impactos do El Niño ao nível estadual. Os dois partidos podem estar juntos em um eventual segundo turno das eleições municipais de Fortaleza em 2024. O União Brasil lançara Capitão Wagner, já o PDT Fortaleza aposta na reeleição do prefeito José Sarto.
Conforme Felipe Mota, de 2020 a 2024, o endividamento do Ceará se multiplicou por 2,66. “Praticamente três vezes esse endividamento”. Em sessão plenária nesta terça (21), o deputado afirmou que o Estado investe alto em benefícios para indústrias instaladas em seu território, enquanto dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) apontam o decréscimo na Receita Corrente Líquida. “Está no orçamento o investimento de R$ 3,327 bilhões para manter esses empregos, além de outros benefícios concedidos que chegam a R$ 5 bilhões”, disse.
“Damos demais para manter as empresas em nosso Estado, mas precisamos apreciar esses gastos com muita atenção”, alertou Felipe Mota.
Também ao OPINIÃO CE, Mota afirmou que a divisão da arrecadação do Ceará às macrorregiões é outro assunto que preocupa. Segundo ele, 70% de toda a arrecadação vai para a Grande Fortaleza, 8,12% para o Cariri e 3,58% para o Sertão de Sobral. O restante dos 11,62% estão divididos para as demais regiões. “Do orçamento nessas regiões, de investimentos, dá em média, 1,45% para cada”. O OPINIÃO CE entrou em contato com a assessoria da Casa Civil do Governo do Estado e aguarda retorno.
PREOCUPAÇÃO COM A SECA
O parlamentar falou ainda sobre a seca no Estado. Já sob efeito do fenômeno climático do El Niño, pesquisadores e especialistas apontam para a preocupação com o Ceará no próximo ano. Segundo o presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio, “não há mais dúvidas que teremos uma seca no ano que vem“. “Não há possibilidade de termos uma boa quadra chuvosa com o cenário que temos hoje. Será impossível termos um bom aporte e deveremos trabalhar nisso, colocando em prática nossos aprendizados obtidos nos anos de seca”, avaliou.
Conforme Felipe Mota, há municípios do Estado que já estão passando quatro dias sem abastecimento de água. “Vamos voltar com o Carro Pipa? Vai continuar fazendo parte da nossa história, mesmo tendo tecnologias e mais tecnologias?”, questionou. “Eu acho que a seca no Ceará deveria ser como a política de saneamento básico, deveria ser uma política de Estado. Deveria mapear as populações, mapear as famílias, para fazer uma descentralização dessa política. Para poder facilitar a vida das pessoas”. A reportagem também tentou contato com a Cagece e aguarda retorno.
ELEIÇÕES 2024
Para as eleições municipais de Fortaleza em 2024, tanto o União Brasil como o PDT terão os seus próprios candidatos. No União, o atual secretário da Saúde de Maracanaú e presidente do Diretório Estadual da legenda no Ceará, Capitão Wagner (União), é nome certo no pleito. Já do lado pedetista, a expectativa é para que o atual Gestor da Capital, José Sarto (PDT), tente a reeleição. No entanto, não estão descartadas possíveis apoios de um lado ao outro em um possível segundo turno em que um dos candidatos enfrenta outro nome.