Sob influência da queda dos preços da gasolina e da energia elétrica, a prévia da inflação oficial – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) registrou uma variação de 0,42%, ficando em -1,31% neste mês.
Apesar da queda, a RMF tem o segundo maior índice de inflação do país (Recife em primeiro com 0,87%), conforme dados divulgados nesta quarta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Nacionalmente, o índice foi de -0,73% em agosto, ante 0,13% de julho.
Foi a menor taxa da série histórica, iniciada em novembro de 1991. Na RMF, a inflação do mês de agosto registra influência direta do aumento de preços dos alimentos e bebidas, sendo o mamão o primeiro da lista das 10 maiores altas, com 17,7%. Em seguida, o leite e derivados (7,96%), nas frutas (4,95%) nas hortaliças e verduras (2,36%), bebidas e infusões (2,32%) e sal e condimentos (1,59%). Neste grupo, as maiores quedas nos preços foram registradas na compra de tubérculos, raízes e legumes (-10,52%) e nas carnes (-1,82%).
Em contrapartida, a gasolina – que desde o início da pandemia contribuiu para a corrosão do poder de compra dos consumidores – vem gradualmente baixando de preço. O produto teve deflação de 17,9%, segundo o IBGE. A maior queda de Fortaleza na prévia de agosto, porém, foi registrada no tomate, que caiu 23,6%. É a primeira vez desde janeiro de 2020 que a inflação da Grande Fortaleza registra deflação.
Naquele período, o IPCA-15 da RMF havia ficado em -0,17%. Em julho, conforme o levantamento do IBGE, o IPCA-15 da Grande Fortaleza era de 0,73%, sendo considerado o quinto maior do país. Já no acumulado de 2022, o IPCA-15 acumula alta de 5,37% e, em 12 meses, de 9,15%, abaixo dos 11,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2021, a taxa foi de 0,86%.
Números nacionais
No Brasil, a média da prévia da inflação para julho ficou em 0,13%, caindo 0,56 pontos percentuais com relação a junho, quando a taxa era de 0,69%. No acumulado do ano, a inflação no país é estimada em 5,79%, enquanto nos últimos doze meses é de 11,39%. O maior impacto individual veio do leite longa vida (22,27%) influenciando a alta do grupo de alimentação e bebidas (1,16%), que teve o maior impacto (0,25 p.p.) e acelerou em relação a junho (0,25%).
Já a maior variação veio de Vestuário (1,39%), que acumula, no ano, alta de 11,01%. Em contrapartida, do lado das quedas, o setor de transporte e habitação apresentou as maiores deflações, com quedas respectivas de 1,08% e 0,78% nos preços médios. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de julho e 12 de agosto de 2022 (referência) e comparados aos vigentes entre 14 de junho e 13 de julho de 2022 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.