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18 de março de 2025

Riqueza não aproveitada

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Foto: Divulgação

As riquezas naturais do Ceará são muitas. Nosso Estado tem terra fértil, apesar de seca, tem fontes minerais de água em abundância, paisagens incríveis e redutos paleontológicos e arqueológicos estudados além mar.

É aqui também que está a maior mina de urânio e fosfato do Brasil. A mina de Itataia, que fica entre os municípios de Santa Quitéria e Itatira, na região Norte, é envolta em muita polêmica. Há questionamentos sobre a segurança de sua exploração. A mina deveria ter entrado em operação em 2013, extraindo 1.100 toneladas de urânio e 240 toneladas de fosfato por ano. Mas isso não aconteceu por falta de licença ambiental.

Polêmicas à parte, é preciso avaliar o outro lado. A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe um ponto a ser considerado: o desabastecimento de produtos exportados por esses países. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do Mundo, mas para tal depende de insumos como os fertilizantes, e boa parte deles vem da Rússia.

Seguindo a cadeia produtiva, observamos que o urânio e o fosfato, encontrados em abundância em Itataia, são componentes dos fertilizantes. É fácil seguir o “caminho das pedras” e constatar que poderíamos ser autossuficientes nessa produção.

A questão, no entanto, envolve negociações, avaliações e desentraves burocráticos que passam, também, por ação política. O senador Eduardo Girão (Podemos) sugeriu celeridade no processo de liberação da mina para exploração, que está sendo avaliado pelo Ibama.

“Nós tivemos uma reunião com o senhor Joaquim Leite, Ministro do Meio Ambiente, o presidente do INB, Carlos Freire, e com o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Ceará, José Amilcar Silveira, na ocasião, foi muito importante ver uma vontade de resolver, de desburocratizar, mas claro, respeitando o meio ambiente”, explicou Girão.

O replanejamento de ações, aproveitando o potencial local, tem impacto direto na população. Se conseguirmos produzir com mais autonomia, nos libertando da importação, movimentamos o mercado local, geramos emprego, renda e, de quebra, reduzimos custos. Na produção de alimentos isso é essencial. Comer é caro! Precisamos tornar aquilo que é vital mais acessível a nossa gente.

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