A implantação de ecobarreiras para filtragem de resíduos em um dos afluentes do rio Maranguapinho, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi um dos assuntos discutidos na Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) por vários órgãos, na última terça-feira (15). As ecobarreiras, que devem ser instaladas no rio que cruza os municípios de Maranguape, Maracanaú, Fortaleza e Caucaia, são estruturas flutuantes que viabilizam a contenção do fluxo de resíduos flutuantes, majoritariamente constituídos por materiais plásticos e descartáveis.
Em entrevista ao OPINIÃO CE, o secretário de Planejamento e Gestão Interna da Sema, Gustavo Vicentino, detalhou que os resíduos sólidos presentes no rio Maranguapinho, ao alcançarem o corpo d´água do Rio Ceará, têm contaminado a cada vez mais o litoral cearense de modo geral. Conforme Vicentino, o objetivo é de fazer um projeto piloto em um dos principais afluentes do Maranguapinho, para que assim, a iniciativa possa ser implantada. A ação está sendo providenciada junto à ONG Wings for Future. Para o secretário, além de debater soluções como as ecobarreiras, em um primeiro momento, o que está em estudo entre as entidades é a celebração de um pacto para reduzir o volume de resíduos ou nos afluentes do rio.
“Discutimos ações de educação ambiental, de fiscalização e monitoramento no leito do manancial, junto a todos os municípios que compõem a bacia do rio. A ideia é sensibilizar a população local a não jogar lixo no entorno do rio e a fazer parte desse processo de forma positiva”, disse.
PACTO PELO MARANGUAPINHO
Entre as entidades presentes no encontro, estão o Winds for Future, o Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (Imac), a Secretaria das Cidades do Ceará (SCidades), a Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma), a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e representantes da Rede de Catadores do Ceará e do Parque Estadual Botânico. No encontro, foi constituído um grupo de trabalho (GT) para viabilizar a ação que está sendo chamada de “Pacto pelo Maranguapinho”.
O Pacto surgiu após uma provocação do Imac. Desde então, a Sema vem articulando junto aos demais órgãos a viabilidade da ação. “Depois da reunião, nós criamos um Grupo de Trabalho que vai formalizar o convênio que vai nos unir em torno desse propósito, bem como o plano de trabalho da atuação efetiva”. Ainda sem data definida para que as reuniões do comitê gestor ocorram, o secretário afirmou que elas devem ser realizadas “nesta semana ou na outra“. “Temos urgência em fazer funcionar essa ecobarreira”, completou.
“Além de colaborar com a Prefeitura de Caucaia na gestão para a construção da ecobarreira e a disposição final adequada dos resíduos, com secagem, triagem e remessa para o aterro sanitário, estamos trabalhando na mobilização social e comunitária para que a gente possa evitar, através de ações de educação ambiental em todos os municípios que compõem a bacia deste rio, a contaminação através dos resíduos“.
De acordo com Vicentino, será trabalhado também o monitoramento da qualidade da água com as comunidades e com as empresas que ficam à margem do rio. Em Maracanaú, o Rio passa por região com adensamento de empresas e indústrias. Segundo o secretário, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), a Ambiental Ceará, o Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec), a Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza (SCSP) e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) também estarão envolvidos na realização do projeto. “São entes que têm uma visões diferentes sobre o problema e propostas de solução que, integradas, pode ser que tenhamos uma soução finalística realmente adequada“, afirmou.