Se fosse para transformar 2022 em livro, o seu sumário seria dividido em capítulos extensos, emocionantes e desafiadores. Num volume único, pode-se afirmar que os cearenses e os demais brasileiros foram os protagonistas em milhares de páginas da história deste ano: inflação, recorde nas contas públicas, desemprego e rendimento em queda no país, eleições polarizadas, guerra da Rússia contra a Ucrânia, morte de Pelé, racha entre PDT e PT no Ceará, varíola dos macacos, terceiro ano de covid-19, Orçamento Secreto, Izolda Cela como a primeira mulher governadora do Ceará, PIB, Hidrogênio Verde. Para relembrar de tantos fatos importantes no último ano, o OPINIÃO CE reuniu os principais temas que movimentaram e ainda movimentam a economia e a política no Ceará e no Brasil.
CAPÍTULO 1: POLÍTICA
Rússia x Ucrânia: no dia 24 de fevereiro, Vladimir Putin, o então presidente da Rússia, anunciou uma “operação militar” com o objetivo de defender as repúblicas separatistas do Donbass no leste da Ucrânia. Os militares russos invadiram a Ucrânia e nos dias posteriores foram intensificadas as ofensivas no país. Foram 100 mil soldados russos e 100 mil ucranianos portos na guerra, de acordo com a estimativa do general mais graduado dos Estados Unidos, Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, em novembro deste ano. Ele também sugeriu que cerca de 40 mil civis morreram no conflito.
Primeira governadora do Ceará: em abril de 2022, Izolda Cela (sem partido) assumiu o Governo do Estado do Ceará, se tornando a primeira mulher a assumir o comando do Executivo Estadual efetivamente. Izolda Cela tomou posse após a renúncia de Camilo Santana (PT), que concorreu e venceu, com 69,76% dos votos do Ceará para Senador nas eleições de outubro deste ano. A convite de Lula (PT) e Camilo Santajna (PT), Izolda será, a partir de 2023, a número 2 do Ministério da Educação.
Racha PT e PDT no Ceará: no dia 18 de julho de 2022, durante reunião com a presença do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o partido votou por Roberto Cláudio como candidato ao governo cearense, em detrimento de Izolda. A aliança foi retomada, a nível estadual, na semana passada.
Eleições Presidenciais: segundo o levantamento realizado pelo Poder 360, baseado em pesquisas eleitorais publicadas desde 1989, as Eleições Gerais de 2022 foram as mais polarizadas desde a redemocratização. Os dois candidatos mais votados no primeiro turno das eleições foram Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), indo para um segundo turno acirrado.
As campanhas eleitorais foram marcadas por trocas de acusações entre os candidatos durante debate eleitoral, “denúncias” durante a propaganda eleitoral e discussões efervescentes de eleitores nas redes sociais — e fora delas. Nessa tensa corrida eleitoral, Lula foi eleito presidente do Brasil com 50,90% dos votos, enquanto Bolsonaro obteve 49,10% dos votos. Além disso, o segundo turno teve o maior pleito em 90 anos de existência da Justiça Eleitoral, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.
Atos golpistas: o resultado das eleições presidenciais de 2022 não teve uma boa recepção por parcela da sociedade brasileira, eleitores de Bolsonaro. Dias depois do resultado das urnas, milhares de pessoas em todo o Brasil obstruíram mais de 150 rodovias em várias regiões do país, além muitos destes se instalarem em acampamentos próximos aos quarteis pedindo um novo Golpe Militar. O ato é inconstitucional.
Simultaneamente aos atos golpistas, o Supremo Tribunal Federal (STF) também viveu momentos tensos: veto de propagandas eleitorais e ações imediatas de desobstrução de vias públicas são os principais no pós-segundo turno. Assim como outras instituições democráticas, o STF sofreu diversos ataques esse ano. O maior desafio enfrentado foi responder e agir rapidamente em situações que ameaçassem sua legitimidade institucional e o Estado democrático de Direito.
Orçamento Secreto: O orçamento Secreto é um mecanismo do Governo Federal e o comando da Câmara e do Senado distribuírem verbas públicas para atender interesses dos deputados e senadores que os apoiam. As autorizações, para destinar essas verbas, são incluídas no Orçamento depois de ele já ter sido aprovado, por meio das emendas parlamentares.
Em julgamento de ações que questionaram a constitucionalidade do orçamento, a maioria dos ministros do STF decidiu no dia 19 de dezembro de 2022 derrubar as emendas de relator, que compõem o mecanismo pouco transparente de transferência de recursos públicos para atender a interesses de parlamentares criado em 2020, no segundo ano da gestão Jair Bolsonaro (PL). Por seis votos a cinco, o orçamento secreto foi considerado inconstitucional na última sessão do Judiciário antes do recesso de fim de ano.
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