Voltar ao topo

20 de abril de 2025

Referência nacional, fábrica do Mais Nutrição vive momento de expansão no Ceará

O programa foi criado em 2019 e impacta a vida de milhares de cearenses. Agora, a Serra da Ibiapaba pode ganhar uma fábrica, ampliando a ação do Estado na região
Foto: Natinho Rodrigues

Compartilhar:

O colorido das frutas se mistura às caixas vermelhas, verdes e amarelas de uma das Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa). A composição já soa familiar a centenas de trabalhadores que atuam nesses espaços. De um deles, em Maracanaú, na Grande Fortaleza, sai o alimento que verá outras cores, sorrisos e sabores em diversos municípios do Interior do Estado. Na cidade da Região Metropolitana de Fortaleza funciona uma das fábricas do Mais Nutrição, programa do Governo do Ceará que promove a segurança alimentar e nutricional de crianças e adolescentes, assim como assegura o combate ao desperdício de alimentos.

Em uma série de reportagens especiais, o OPINIÃO CE destaca as ações desenvolvidas no Estado para o combate à fome. Entre as iniciativas estão o Ceará Sem Fome, o Cartão Mais Infância, além de projetos sociais desenvolvidos no Interior do Ceará voltados à população mais carente.

Leia também:

O Mais Nutrição, política criada em 2019, já levou mais de três milhões de quilos de comida para a mesa dos cearenses. A então primeira-dama e atual secretária da Proteção Social (SPS), Onélia Santana, foi quem concebeu a criação da iniciativa, ainda na gestão do ex-governador Camilo Santana (PT). A ação hoje se trata de uma política pública permanente e já serviu como exemplo para outros estados. Em 2023, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, conheceu a fábrica em Maracanaú e ressaltou que diálogos estavam sendo realizados para “levar esse modelo do Ceará”.

Foto: Natinho Rodrigues

O programa está, agora, em fase de análise do espaço físico e ampliação para a região da Serra da Ibiapaba, já que a Ceasa possui uma unidade em Tianguá. No momento, estão sendo analisadas as adequações necessárias no espaço para a chegada do programa.

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Coordenada pela Secretaria da Proteção Social (SPS), em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), as Centrais de Abastecimento do Ceará, o Instituto Agropolos do Ceará e algumas entidades sem fins lucrativos, a ação permite que permissionários das Ceasas de Maracanaú e de Barbalha doem para as Organizações da Sociedade Civil (OSC) credenciadas por meio de edital. Desde que o programa foi criado, após sete editais, mais de 90 mil pessoas foram atendidas.

Segundo o secretário executivo da Infância, Família e Combate à Fome da SPS, Caio Cavalcanti, em entrevista ao OPINIÃO CE, mesmo o programa repassando os alimentos doados para pessoas de todas as idades, o foco são crianças e adolescentes. “As evidências indicam que famílias vulneráveis com crianças e adolescentes são as que estão em maior condição de insegurança alimentar grave”. Conforme Cavalcanti, as OSCs utilizam os alimentos doados na complementação da alimentação que já é ofertada por elas aos seus beneficiários.

Dos permissionários, são captadas frutas e verduras, as quais são transformadas em mix de legumes, em polpas ou são doadas às entidades na sua forma natural, in natura. O programa também recebe doações de produtores rurais e de empresas como a M. Dias Branco. Alimentos não perecíveis, como arroz e feijão, também são adquiridos, por meio de doação de famílias que frequentam a Cidade Mais Infância, equipamento de 7.000 m² vinculado ao Mais Infância, localizado em Fortaleza.

Foto: Natinho Rodrigues

“As famílias que frequentam doam 4 kg de alimento não perecível por criança. Recebemos e enviamos esses alimentos às Fábricas do Mais Nutrição. A Cidade Mais Infância já arrecadou mais de 170 toneladas de alimentos não perecíveis”, disse, lembrando ainda que famílias de escolas públicas ou beneficiárias de programas sociais não precisam realizar a doação.

QUALIDADE

Conforme Cavalcanti, os alimentos possuem selo do Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec) e possuem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “São produtos de alta qualidade”. Os alimentos recebidos pelo Mais Nutrição que não estão aptos para o consumo são doados para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De lá, esses produtos seguirão para a alimentação de animais.

De acordo com Cavalcanti, a iniciativa, “extremamente inovadora”, contribui para a “superação da pobreza infantil e das vulnerabilidades sociais”. Estruturado com foco no combate ao desperdício dos alimentos e acesso a refeições saudáveis, o Mais Nutrição, conforme o secretário, possibilita um “diferencial” na complementação alimentar de seus beneficiários. Um total de 134 OSCs estão vinculadas ao programa, situadas em 10 municípios: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Milagres e Santana do Cariri.

Para a expansão da ação, Cavalcanti destaca que, além da viabilidade do espaço físico, é preciso fazer o trabalho de sensibilização dos permissionários, potenciais doadores. “O programa está em uma fase que estamos avançando nas pesquisas. Recentemente, o Ipece fez uma avaliação executiva do Mais Nutrição. A avaliação foi extremamente satisfatória, então, é um programa pelo qual temos um carinho muito especial”, acrescentou.

[ Mais notícias ]