A deputada estadual Gabriella Aguiar (PSD), futura vice-prefeita de Fortaleza, almeja ser uma “ponte” entre a gestão de Fortaleza e a população da cidade durante os próximos quatro anos. Em entrevista ao podcast Questão de Opinião, do OPINIÃO CE, a parlamentar disse que quer ter “um perfil muito técnico”, trazendo o que tem de experiência em sua formação como médica. Além disso, ela frisa querer colaborar também com o que chama de sua “parte humana”, com “a sensibilidade e serenidade como força”.
“Isso é disruptivo na história do Ceará e de Fortaleza. Normalmente, serenidade, sensibilidade e humanidade não são consideradas qualidades de um gestor. Quero trazer isso como qualidade, a força da mulher através dessas características”, disse.
A vice-prefeita eleita destacou a importância de, passada a eleição e iniciada a gestão, governar para toda a cidade, incluindo os eleitores da oposição. Eleita na chapa de Evandro Leitão (PT), a parlamentar frisou que eles foram “eleitos para cuidar de toda a cidade”. Ela ressaltou ainda que devem ser feitas ações e políticas públicas que também agreguem aos eleitores que optaram em votar em André Fernandes (PL) no segundo turno do pleito.
Como afirmou Gabriella, é preciso entender o que essa parcela do eleitorado viu na outra candidatura que o atraiu. “Será que foi o ‘não quero votar no Evandro’ ou ‘não quero votar no PT’? Ou será que existiram propostas do outro candidato que dialogam com alguns setores da sociedade?”, questionou, de forma retórica. A futura vice-prefeita também aponta que a juventude, o setor cristão – católicos e evangélicos – e alguns empreendedores representam parcelas importantes de setores que teriam optado por Fernandes.
“As pesquisas mostravam que seriam setores que estavam optando pela outra candidatura. A gente precisa entender o que houve de rejeição ao Evandro para que a gente possa propor políticas públicas que agreguem a todos”, explicou. “O ideal é que a gente consiga agregar a todos, para que não haja exclusão em Fortaleza”.
Conforme a vice-prefeita eleita, tanto Evandro como ela possuem características que permitem que essa articulação seja realizada. “O Evandro tem muito essa capacidade [de diálogo], e também enxergo em mim essa capacidade”, disse. De acordo com a parlamentar, eles podem, inclusive, se complementar. “Onde eu tenha mais dificuldade o Evandro faz a ponte e onde for o contrário eu faço”, acrescentou.
Católicos praticantes, os chefes do Executivo “não teriam dificuldade de conversar com os diversos setores cristãos”, como pontuou a peessedista. “Acho que é um caminho de entrada”. Sobre a conversa com a juventude, ela relata que houve uma dificuldade na maneira de comunicação da campanha. “Acho que nossa oposição teve a capacidade de conversar com a juventude nas redes como o Tik Tok, redes jovens. A gente também precisa chegar para conversar com eles”, afirmou.
“Vai ser esse o caminho, do diálogo. Não é um caminho rápido, mas é perene”, completou.
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DIÁLOGO COM O LEGISLATIVO
Ainda durante a entrevista, Gabriella ressaltou também a importância do diálogo entre o Executivo e o Legislativo para a gestão. Dos 43 vereadores eleitos de Fortaleza, 23 apoiaram a candidatura de Evandro. O objetivo da futura gestão é trazer mais parlamentares para a base. “É papel também do Evandro, que tem um papel de articulador reconhecido, sentar com todos os vereadores para conversar e entender se é oposição por oposição ou se a pessoa tem algo realmente palpável contra a candidatura”, disse.
Partido com o maior número de eleitos, o PDT já está em conversa sobre a possibilidade de compor a base do prefeito eleito. Dos oito que chegaram à Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), seis definiram apoio a André Fernandes. O presidente interino nacional do PDT, o deputado federal André Figueiredo, já se reuniu com vereadores, incluindo o presidente da Casa, Gardel Rolim (PDT), sobre o assunto. Conforme Gabriella, Evandro também está participando do diálogo.
“Não vai ser somente com os vereadores do PDT”, ressaltou, destacando que vão conversar até mesmo com vereadores do PL – partido de Fernandes – e os demais que “estiverem dispostos a conversar e escutar”.