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13 de janeiro de 2025

Quem trata de eleições são as forças desarmadas

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Gente, eu não sei vocês, mas esses dias ando com náuseas de ver e ouvir tanta violência física e verbalizadas. Em verdade, desde aquele fatídico dia de entrega da estatueta do Oscar e a invasão da Ucrânia fiquei assim, pensativo. Aquele tapa ao vivo, (aos vivos) e a cores, desfechado pelo ator Will Smith no ator e também apresentador, Chris Rock – extrapolou as irrealidades do cinema. Em sala de aula, ao comentar o assunto, uma aluna sem que eu terminasse atacou: “Ele está certo sim. Deveria ter o sangrado. Ele humilhou a mulher do Will”.

Depois de muitos argumentos, a aluna foi entendendo, mas não se convenceu. Essa semana, vejo na TV, no Rio de Janeiro, um sargento dos bombeiros chegar numa rede de lanchonete de madrugada com um carro importado e sem placa agredir o vendedor que revidou. O sargento volta ao carro pega a arma, invadi o estabelecimento e atira a queima-roupa no rapaz. Também na TV assisto uma mulher, a chorar e a lamentar mostrando a destruição do seu país, a Ucrânia e o que restava de sua casa. Em outro noticiário, escuto que trabalhando e fazendo a cobertura durante uma operação militar israelense no território da Cisjordânia, uma jornalista palestina Shireen Abu Akleh foi atingida por um tiro na cabeça por um soldado israelense que tirou a sua vida.

Em nota, nesse sexta-feira, após uma investigação preliminar, o exército israelense afirmou não ter sido capaz de determinar quem atirou. Pois é, esse negócio de não identificar tiros feitos pelos pares é comum no Brasil. Além do desanimo coletivo com a violência física estampada, temos que aturar as insuportáveis mentiras e violências proferidas pelos que assumem o desgoverno de plantão.

O que esperar de um ministro, esse tal de Sachsida que já fez e faz severas críticas a licença-maternidade, que defende a eficiência da mulher fora do mercado de trabalho, o fim do imposto sindical e, ainda afirma que o Partido Nazista de Hitler era de esquerda? Quanta mentira! Hitler integrava a ala de direita do Partido Nazista e, pressionado pela alta burguesia mandou matar os dois líderes da ala esquerda do partido, os irmãos, Otto e Gregor Strasser.

Por aqui, diante da insistência do presidente e de setores militares em questionar o nosso sistema eleitoral, o ministro do TSE, Edson Fachin em seu pronunciamento, em um momento de lucidez necessária, tenta conter a turma que tem desapreço pela democracia, incluindo aí, o atual presidente. Disse Fachin: “Quem trata de eleições são as forças desarmadas”. Diante da fala de Fachin, o presidente, em sua live disse: Não sei de onde ele tirou esses fantasmas de que as Forças Armadas querem intervir na Justiça Eleitoral.

As Forças Armadas não estão se metendo nas eleições. Elas foram convidadas por uma portaria do ministro Barroso”. E Completou se referindo ao ministro Fachin: “O senhor tem poder para revogar a portaria”. Fachin sabe da importância das Forças Armadas no processo, na logística das eleições, mas revogar seria tolice, pois abriria mais espaço para mentiras sobre “fraudes” nas eleições por parte da turma do desgoverno.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, mandou nesta quinta-feira (12) um recado para quem espera que as Forças Armadas interfiram no processo eleitoral. Foi a reação mais dura de Fachin aos ataques às urnas eletrônicas que vêm sendo feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Quem trata de eleições são as forças desarmadas. E, portanto, as eleições dizem respeito à população civil que, de maneira livre e consciente, escolhe os seus representantes. A Justiça Eleitoral está aberta ouvir, mas jamais estará aberta a se dobrar a quem quer que queira tomar as rédeas do processo eleitoral”, disse o ministro.

A fala de Fachin ocorre em meio ao aumento das tensões nos últimos dias entre os militares e o TSE e após a Corte rejeitar sugestões feitas pelas Forças Armadas ao processo eleitoral. O tribunal apontou erros de cálculo no documento enviado pelos militares para questionar a segurança das urnas e informou que várias das medidas indicadas já são adotadas.

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