O ex-senador Flávio Torres tomou posse nesta sexta-feira (12) como presidente provisório do PDT Ceará. Com a missão de reorganizar o partido após debandada do grupo de Cid Gomes, uma comissão permanente deve ser formada em até três meses, conforme o ex-senador. Em entrevista exclusiva ao OPINIÃO CE, Flávio Torres destacou os próximos passos de sua gestão e revelou que o momento agora é de “reconstrução. “O conflito passou. Quem era pra sair, saiu ou está pedindo pra sair. A gente está com ânimo, vivendo outro clima no partido. Há um sentimento de muito otimismo”, destacou.
“Estamos conversando com o pessoal do sertão e há um sentimento de reconstrução, sempre há um espaço para o partido crescer. O sentimento é esse, de virada de página.”
Ele foi empossado em cerimônia com grande público na sede do PDT, em Fortaleza. Participaram do momento o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e o presidente nacional interino, deputado federal André Figueiredo. “O problema deles [grupo de Cid Gomes], eles resolvem, vamos ficar com quem quer ficar. Não ficamos um partido pequeno. O PDT tem, no mínimo, um deputado federal, o prefeito de Fortaleza [José Sarto], três deputados estaduais. Esse é um partido de médio porte que nos permite conversar com outros partidos”, analisou o novo presidente, apontando suas expectativas para o quadro de prefeitos da sigla para as eleições deste ano.
“Os prefeitos têm uma coceira. Todo mundo quer estar no ‘PPA’, que é o ‘Partido do Palácio da Abolição'”, brinca Torres. “Com isso, a gente percebe que o exercício do Governo não é republicano. Existem os meus e os outros. Certamente alguém ficará com a gente”.
Durante o evento, além da posse, alguns atores políticos assinaram a filiação ao PDT. As vereadoras de Fortaleza, Ana Aracapé (até então PL) e Kátia Rodrigues (até então Cidadania) agora integram como quadro pedetista. Dois secretários de Regionais de Fortaleza, Renys Frota, da Secretária Executiva Regional 2 (SER 2), e Isaac Andrade, da SER 12, também se filiaram.
FUTURO
Conforme o ex-senador, sua função, neste primeiro momento, é “preparar o partido para uma convenção e eleger um diretório”. “O partido, com comissão provisória, só tem 12 pessoas, não tem representatividade, não tem comissão de ética, conselho fiscal, é provisório mesmo. Estamos preparando o partido, em até três meses. Logo depois da janela dos vereadores, vamos fazer uma convenção e eleger um diretório, que é quem vai dirigir o conselho eleitoral”.
Em exclusiva ao OPINIÃO CE, o presidente nacional André Figueiredo confirmou que a nova convenção deve ser realizada em 9 de março. O parlamentar afirmou, ainda, que irá “conversar” sobre uma possível candidatura para seguir como presidente estadual da sigla – em 2023, após acordo com Cid, André se licenciou da função. Durante o momento, o ministro Carlos Lupi pregou que é preciso respeita a “liturgia” do partido. “Você só vai sair quando a maioria do partido achar que você tem que sair”, destacou. “É preciso fazer a eleição do diretório municipal para fazer a do estadual, para dar legitimidade”.
Com informações de Felipe Barreto*