O queijo coalho do Vale do Jaguaribe pode ser reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. A solicitação foi feita pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Hoje, o “Queijo Minas” é o único queijo reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil.
O título leva em conta muitos fatores. O reconhecimento avalia o produto em si, a forma como é produzido, as técnicas usadas e a relação delas com a cultura local, entre outros pontos. O certo é que a “comida de verdade” – aquela que vem da terra e dos animais – está diretamente ligada ao homem e a natureza, aos nossos instintos básicos de consumo. É essa comida que carrega para além do sabor, a história, os costumes e tradições de cada canto e recanto deste país.
O queijo do Vale Jaguaribano tem DNA sertanejo. Embora muitas queijarias tenham recebido máquinas e tecnologia, ainda há produção artesanal, que assegura “personalidade” ao alimento. A mistura perfeita entre matéria-prima e mão de obra humana. É o saber popular que imprime originalidade e autenticidade ao processo produtivo. O reconhecimento do queijo coalho como patrimônio imortaliza a tradição.
“Temos a convicção de que as raízes desse modo de produção devam ser resguardadas e preservadas”, ponderou o presidente da Faec. O processo de reconhecimento pode durar até 3 anos. A partir de agora, o Iphan irá realizar os estudos necessários para produzir um dossiê que será analisado pelo Conselho Nacional do Patrimônio Cultural, a quem cabe o reconhecimento.