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26 de abril de 2025

Chacina do Curió: policiais denunciados começam a ser julgados nesta terça-feira (20)

A chacina, que ocorreu em novembro de 2015, deixou onze jovens mortos na Grande Messejana; ao todo, 45 policiais foram denunciados, com 34 deles atualmente pronunciados
Foto: Divulgação/TJCE

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Quatro policiais militares suspeitos de participar da Chacina do Curió, no qual 11 jovens foram assassinados, serão julgados nesta terça-feira, 20, no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua. Na ocasião, quatro dos oito réus que integram o processo 1 serão julgados. Dentre os demais réus, um deles faleceu durante a tramitação, extinta, portanto, a punibilidade dele. Os outros três aguardam conclusão de recursos em tribunais superiores. Outras duas sessões estão previstas para os dias 29 de agosto e 12 de setembro.

Os policiais Marcus Vinícius Sousa da Costa, Antônio José de Abreu Vidal Filho, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio vão a julgamento nesta terça. Ao todo, 45 policiais foram denunciados, com 34 PMs pronunciados até o momento. Além dos quatro que vão a júri nesta primeira oportunidade, os demais devem ser julgados nas próximas duas sessões. 

Nesta primeira sessão, estão previstos 24 depoimentos, sendo sete de vítimas sobreviventes, 13 de testemunhas, além do interrogatório dos quatro réus. O espaço onde vai ocorrer o julgamento possui 189 assentos permanentes, e serão acrescentados 36 lugares para esta sessão.

ENTENDA O CASO

Entre a noite do dia 11 e madrugada do dia 12 de novembro de 2015, onze jovens foram mortos pela polícia militar na Grande Messejana, em Fortaleza. Outros sete jovens conseguiram sair com vida.

As onze vítimas fatais são: Antônio Alisson Inácio Cardoso; Jardel Lima dos Santos; Pedro Alcântara Barrozo do Nascimento Filho; Alef Souza Cavalcante; Renayson Girão da Silva; Patrício João Pinho Leite; Francisco Elenildo Pereira Chagas; Jandson Alexandre de Sousa; Marcelo da Silva Mendes; Valmir Ferreira da Conceição; e José Gilvan Pinto Barbosa

Considerada a terceira maior chacina do Estado, a Chacina do Curió estimulou a criação de uma rede de amparo em volta do caso. A investigação da Polícia Civil e a denúncia do Ministério Público Estadual do Ceará (MPCE) apontam que a chacina teve ligação com uma possível vingança à morte do policial militar Valtemberg Chaves Serpa

Por volta de 19h50min do dia 11 de novembro, o policial foi morto ao intervir em tentativa de assalto contra a esposa, no bairro Lagoa Redonda. Mais tarde da noite, começam a ocorrer mortes nos bairros da Grande Messejana, de forma aleatória. Não foi provada qualquer relação das vítimas do Curió com a morte do policial.

“Na medida em que passava o tempo, e como já tarde da noite havia cada vez menos pessoas nas ruas, os executores foram escolhendo aleatoriamente as vítimas, o que se traduziu em um típico ‘justiçamento’, culminando com a morte e ofensa à integridade física e mental de várias pessoas absolutamente inocentes e que sequer tinham qualquer envolvimento na morte do Policial Militar”, revela o documento apresentado pelo MPCE no processo.

SOLIDARIEDADE

O governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas (PT), publicou em suas redes sociais uma nota prestando solidariedade às famílias e amigos das vítimas.

“O Governador do Estado do Ceará manifesta sua absoluta solidariedade com os familiares e amigos das vítimas dos homicídios ocorrido no dia 12 de novembro de 2015, quando 11 pessoas dos bairros do Curió, São Miguel, Lagoa Redonda e Messejana foram brutalmente assassinadas. Afinal, foi uma tragédia para toda a sociedade”.

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