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14 de maio de 2025

Quando vejo eleitores comprando toalhas com rostos de políticos

Confira a análise do advogado Fabrício Moreira publicada na edição desta segunda-feira, 8

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Quando comecei os meus primeiros passos de estudante de direito na Unifor, nos anos 1990, em Fortaleza, precocemente fui estagiar na Defensoria Pública, sob a coordenação do Dr. Antônio Vieira de Almeida. Na seara criminal, o assento de estudo-trabalho foi inicialmente na primeira Vara do Júri, tendo como magistrado Dr. Francisco Darival Bezerra Primo e, na promotoria, Dr. Marcos de Holanda, também meu professor na universidade.

Ademais, uma ou duas vezes por semana, seguíamos para o Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), maior presídio do Ceará, à época. No IPPS, existia uma ala denominada Selva de Pedra, destinada aos detentos ditos de alta periculosidade. O IPPS praticamente sumiu, embora ainda de paredes em pé, cedendo lugar às novas instalações de CPPLs (Casa de Privação Provisória de Liberdade).

Quase duas dúzias já existem na Região Metropolitana de Fortaleza. São prédios menores, porém, mais organizados para receberem os detentos, o setor administrativo, o parlatório e demais serviços prestados. E veja que à época, quando iniciávamos há quase três décadas, os ergástulos públicos eram o IPPS, IPOO I e II e as cadeias no Interior do Ceará.

Pois bem: quando vejo eleitores comprando toalhas com rostos de políticos e incentivando essa modinha sem graça alguma, entendo os motivos que levaram ao fim da “Selva de Pedra” e ao cenário de, ao invés de bibliotecas que vendam livros, hoje, termos uma expansão de CPPLs ainda em crescimento não somente no Ceará, mas em todo o Brasil.

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