O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou, na última quinta-feira, 20, integrantes de uma quadrilha especializada em tráfico de animais silvestres com atuação interestadual. A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Marcus Amorim, é contra Francisco Moreira Garcez, que possui uma extensa ficha por crimes ambientais, além da companheira e do cunhado, que atuavam como auxiliares dele na prática dos delitos.
Conforme investigação do MPCE, Francisco Garcez, junto com o cunhado, foi preso no dia 3 de abril deste ano. Ambos foram flagrados dentro de um carro com dois papagaios verdadeiros à espera de um possível comprador. As duas aves seriam vendidas por 800 reais. Logo após ser solto em audiência de custódia, o denunciado foi alvo de uma etapa da Operação Fauna Livre, em 4 de maio. Na ocasião, agentes da Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (DPMA), acompanhados por fiscais do Ibama, cumpriram mandado de prisão temporária e de busca e apreensão na casa de Francisco Garcez.
No local, foram encontrados um papagaio verdadeiro, duas araras vermelhas, dois pássaros primaveras, duas marrecas de coleira, seis marrecas viuvinhas e seis emas, além de diversas gaiolas. Três automóveis também foram encontrados na residência, o que, conforme indicam as investigações, são produtos de lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a denúncia da 97ª PJ de Fortaleza, Francisco Garcez possui ligações com outro acusado de tráfico, Marcelo Costa da Silva, conhecido como “Marcelo Papagaio”, e que assim como Garcez atualmente se encontra preso. Em conjunto, os dois foram multados em mais de R$ 1 milhão por órgãos ambientais em razão do tráfico de animais silvestres.
PESSOAS DENUNCIADAS
Ao todo, a 97ª Promotoria de Justiça de Fortaleza ofereceu denúncias contra nove pessoas, uma delas aainda está foragida, por crimes como tráfico de animais silvestres, maus tratos, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e munições, furto e lavagem de dinheiro. O promotor de Justiça Marcus Amorim ressalta que, nas investigações, descobriu-se que alguns dos acusados negociavam os animais, principalmente aves, com possíveis clientes informando que o negócio era ilícito, porém, que possíveis ações da justiça não dariam em nada.